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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Música: Memória tropicalista

Memórias Tropicalistas
OS Mutantes, em dois momentos: o quarteto progressivo e trio fundador
FOTOS: LEILA LISBOA SZNELWAR

Sérgio Dias é quem garante: "Ninguém melhor do que a Leila para contar com verdade tudo o que aconteceu conosco naquela época de magia e psicodelia".
A fala é do músico que, ao lado do seu irmão Arnaldo Baptista e da cantora Rita Lee, fundou a banda de rock tropicalista Os Mutantes, em um dos momentos criativamente mais ricos da história da música brasileira. Sérgio se refere à fotógrafa Leila Lisboa Sznelwar, que acompanhou o grupo em shows, ensaios e encontros informais, a ponto de ser considerada uma espécie de integrante honorária da banda. À época, ela era namorada de Liminha (baixista da banda e produtor de meio mundo do rock e da MPB depois disso). Os dois se conheceram durante uma apresentação do grupo. A proximidade com Os Mutantes ficou registrada em um grande acervo de fotos, guardado com carinho por Leila.
Para os fãs, e com a ajuda deles
Após quatro décadas, Leila está abrindo esse baú de imagens da banda, até então desconhecido pelos fãs. Ela decidiu publicar o livro "A hora e a vez" com parte das fotos, feitas em quatro anos de convivência constante com o grupo. O período compreende as fases marcadas pelos discos "Mutantes" (1969), "A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado" (1970), "Jardim Elétrico" (1971) e "Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets" (1972). O tempo de Leila com a banda corresponde ao de maior independência criativa e sucesso de público do grupo.
Para viabilizar a publicação, a fotógrafa está realizando uma campanha de financiamento coletivo pela internet, em que os próprios fãs ajudam a custear livro, em troca de recompensas ou de uma cópia do livro. "Através dele, quero trazer ao público 130 fotografias ímpares e fascinantes, que resgatam um período divertido e criativo do Brasil, em contraponto à ditadura militar. As fotografias mostram os Mutantes em seus ensaios, shows e em sua intimidade. Com este trabalho, pretendo não apenas realizar um sonho, mas torná-lo um documento único na história tanto do grupo, como do rock nacional", diz Leila.
Ela abandonou a fotografia logo após o fim das aventuras com a banda e hoje se dedica à sua profissão na área de turismo e hotelaria. "Como todos, segui outras direções, porque não conseguiria criar minha filha trabalhando como fotógrafa de shows de rock. Eu não ganhava nem um tostão com aquilo", confessa.
Parte do material produzido por Leila Lisboa Sznelwar foi entregue a gravadora do grupo à época, a Philips. Leila se ressente do mau uso de seu material, que poderia servir para enriquecer ainda mais seu acervo. "As fotos que dei para os LPs ficaram com as gravadoras, que nunca me devolveram. Imagine quantas fotos teríamos do 'Loki?' (solo lançado por Arnaldo Baptista após sua saída dos Mutantes)! Quantas fotos perdidas do show do Parque da Água Branca que emprestei para uma revista e nunca mais vi", desabafa. "Sempre conservei muito bem meus negativos, eu mesma revelava tudo no meu laboratório", ressalta.
A vontade de publicar as fotos vem em um momento em que as campanhas de crowdfunding ganham fôlego no Brasil, já que, segundo Leila, os apoios institucionais para manutenção da memória musical são quase nulos. "Há uns dez anos juntei tudo que tinha e vi que me restavam mais de 400 fotos. Comecei então meu calvário! Tentei de tudo, editoras que nem me recebiam, incentivos culturais federais, estaduais, municipais, empresários, investidores. Nada", lamenta. "Quase desisti quando o crowdfunding começou a me tentar de novo há mais de um ano".
Ao relembrar a época em que foram feitas as fotos, Leila não esconde a nostalgia dos tempos de proximidade com Os Mutantes. "O clima sempre foi muito bom. Era um povo mais apolítico. Paz e amor, sobretudo. Muito cabeludo, muito brilho de lantejoulas bordadas em cada paninho. Sorrisos estampados nos rostos", diz.
Aventuras
Ainda que mais de quatro décadas tenham se passado desde o auge dos Mutantes, o grupo ainda é celebrado pelas novas gerações, que cultuam as composições e lotam os shows da banda, ainda que com formações diferentes. Para Leila, entretanto, é curioso observar tanto alvoroço em torno da banda. "Acho legal e engraçado porque para mim eles são os meninos", fala.
Leila diz ainda ser amiga de todos os integrantes da banda. "Alguns mais do que outros porque a vida é assim".
Mesmo com certa distância, a história do grupo ainda se faz presente em sua vida. "Minha sobrinha hoje é a Rita no show...Veja como é a vida!". Leila se refere à atriz Mel Lisboa, que encarnou o personagem da Rita Lee em musical com músicas da cantora dirigido por  Débora Dubois e Márcio Macena.
"A Mel é filha da minha amada prima-irmã Claudia Lisboa, astróloga da pesada. Tudo gira em torno de uma história só: a juventude rica e privilegiada que foi a nossa", relembra com alegria a fotógrafa Leila Lisboa.
Leonardo Bezerra
Repórter

Diário do Nordeste

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