quarta-feira, 27 de maio de 2020

Poesia: "No curral de faxina enlameado, vejo as marcas das botas do vaqueiro", um poema de Antônio Nunes


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NO CURRAL DE FAXINA ENLAMEADO
VEJO AS MARCAS DAS BOTAS DO VAQUEIRO

Vejo a sela num torno pendurada
O gibão, a espora e a perneira
E uma foto coberta de poeira
Relembrando da última vaquejada
Lembro ao longe a poeira da estrada
E o trupé que fazia um boi ligeiro
E as lembranças num pé de marmeleiro
Que veloz, ao passar, deixou quebrado
No curral de faxina enlameado
Vejo as marcas das botas do vaqueiro

Na forquilha da cerca de faxina
Vejo as marcas do velho caldeirão
Tem as manchas de leite pelo chão
Que pingava dos peitos da Turina
Misturado com os pingos neblina
Quando venta, do leite traz o cheiro
E no recanto onde fica o bezerreiro
Dorme ainda um bezerro desmamado
No curral de faxina enlameado
Vejo as marcas das botas do vaqueiro

Autor: Antônio Nunes
Mote : Cláudio Viana 

CANTIGAS E CANTOS

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