terça-feira, 5 de maio de 2020

Poesia: " Aldir, rolimã numa ladeira", um soneto de Lucas Rafael



ALDIR, ROLIMÃ NUMA LADEIRA

A tarde, agora, feito um viaduto,
Cairá diferente - Não se iluda!
O grande ourives que viveu na Muda
Saiu de casa, mas não volta mais.

Marias, Clarices - vestidas de luto -
Estão na manchete de muitos jornais.
Aldir reunia o poder de ser bruto
À calma das águas dormidas no cais.

Mais órfãos ficamos cá nós na sinuca
de bico. Lamenta o Brasil, a Tijuca.
Lamenta João Bosco, se contenta Henfil.

Aldir, sem as suas mensagens tão belas,
Quem vai apontar nossas próprias querelas?
Quem vai distinguir o Brasil do Brazil?

Lucas Rafael

Cantigas e Cantos

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