Igreja Matriz São José - Foto Internet
“Sou eu aqui a
penar
Distante de São
José”
Como quem come sem
fome
Quem bebe e não se
embriaga
Quem gosta mas não
afaga
Quem queima mas não
consome
Quem não se lembra
do nome
Do Deus em quem
tinha fé
Como quem cheira
rapé
E não consegue
espirrar
Sou eu aqui a penar
Distante de São
José.
Como um velho
passarinho
Que se apegou a
gaiola
Como quem vai à
escola
E se esquece do
caminho
Como se sentir
sozinho
Na festa de Canindé
Visitar a Santa Sé
E voltar sem ver o
Papa
Sou eu vivendo essa
etapa
Distante de São
José.
Como um ovelha
berrando
Que se apartou do
rebanho
Como quem se sente
estranho
Na casa que está
morando
Como quem ta
esperando
Na fila do cabaré
Como quem pede filé
E lhe dão carne com
osso
Sou eu um poeta
moço
Distante de São
José
Como a mãe que ver
o filho
Que a policia
desarma
Como quem segura a
arma
Mas não aperta o
gatilho
Como um falso
trocadilho
De sapo, sapa e
sapé
Como um côco Catolé
Sendo esquecido no
cacho
E mesmo assim que
me acho
Distante de São
José
A cabra vendo a carcaça
Do cabrito devorado
Um vira-lata acuado
Por um cachorro de
raça
Como quem conquista
a taça
Mas não sabe do que
é
Como quem fica de
pé
Mas não ver o que
deseja
Sou eu tomando
cerveja
Distante de São
José
Brás Costa

CANTIGAS E CANTOS
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