Ele foi aluno, fundador e
mestre na Universidade de São Paulo.
Professor era um dos maiores críticos literários do Brasil.
Professor era um dos maiores críticos literários do Brasil.
Morreu nesta
sexta-feira (12), aos 98 anos, um dos maiores críticos literários do Brasil: o
sociólogo e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
USP Antonio Candido.
Em uma antiga gravação, Antonio Candido caminha pela
universidade onde foi aluno, fundador e mestre, onde fez ciência sociais,
estudou filosofia, e onde se tornou o maior crítico literário do país.
“Nós acabamos não sendo nem sociólogos nem filósofos, nós
utilizamos a sociologia e a filosofia para pensar a vida cotidiana. Eu dizia, é
preciso vocês pensarem sobre os seus amores, sobre a fita de cinema que vem,
sobre os acontecimentos do dia, sobre pintura. Isso que é filosofia: entender a
vida”, disse.
A USP decretou luto oficial de três dias. No velório desta
sexta, antigos colegas de trabalho e muitos ex-alunos. Todos seus amigos.
“Um exemplo a ser admirado e quase impossível de ser imitado”,
diz Jorge Schwartz, ex-aluno e amigo.
“O que me marca muito na figura dele é a generosidade com que
ele acolhia alunos, como eu, sem nenhum background maior cultural, mas que ele
acolheu com muito carinho”, conta a professora Marisa Lajolo.
Antonio Candido leu mais de 40 vezes “A ilustre casa de
Ramires”, do português Eça de Queiroz. Amava a literatura dessa época e a
formação ao estilo do século XIX que teve na infância, no interior de Minas.
Atravessou o século XX ensinando, escrevendo e lutando nas trincheiras da
democracia, da justiça social e da igualdade. Chegou ao século XXI e não gostou
do que viu. Antonio Candido estava triste com o Brasil e com o mundo.
Por isso, a filha diz que gostaria que o pai fosse lembrado como
o símbolo do contrário do que acontece hoje.
“A morte de um homem feito Antonio Candido é um símbolo que
representa, primeiro, um mundo que acabou, de esperança, de sonho, de crença na
igualdade, que não aconteceu”, lamenta a filha Marina de Mello e Souza.
Mas Antonio Candido era otimista e gentil. Foi assim com a vida,
mesmo no nosso estranho século, e com a literatura brasileira, que estudou e
amou.
“Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é
ela, não outra, que nos exprime. Se não for amada, não revelará a sua mensagem;
e se não a amarmos, ninguém o fará por nós”
G1 - Jornal Nacional
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