sexta-feira, 24 de março de 2017

Poesia: "No Cárcere da Desmemória", um soneto de Dirceu Rabelo

Foto: Arquivo/Gilmar Leite











No Cárcere da Desmemória

"Quem dividiu comigo corpo e alma
E me dava alegria na tristeza
E que me aconselhava agir com calma
Nos momentos difíceis de incerteza

Hoje nada me diz e não reclama
Disso que lhe aprontou a Natureza:
Já não se lembra mais dos entes que ama
E sem cometer crime vive presa

Nas algemas fatais da desventura
De carregar a cruz de um mal sem cura,
Que fere muito mais o companheiro,

De quem se escuta agora esta mensagem:
Chegando aos cais da última viagem,
Dos dois é mais feliz quem vá primeiro".

Dirceu Rabelo


Fonte: Facebook de Rafael Rabelo

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