quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Poesia: "O sertão novamente renascendo Dos castigos cruéis da estiagem", um poema de Antônio Nunes

Foto de Antonio Nunes Batista Nunesabn.

O sertão novamente renascendo 
Dos castigos cruéis da estiagem

Sertanejo outra vez sente alegria 
Canta Alegre a canção do fim da sede
Novamente armará a sua rede
Pra deitar-se e dormir no fim do dia
Nem se lembra das horas de agonia
Que passou sem ter água na barragem 
E quando acorda recebe a fria aragem 
Cujo orvalho já estava se esquecendo 
O sertão novamente renascendo 
Dos castigos cruéis da estiagem.

Se levanta escutando um passarinho
Que gorjeia em um galho de aroeira 
Ouve o som que vem lá da cachoeira
Onde um sapo coaxa bem baixinho
Um barulho na Beira do caminho
Uma cobra aparece entre a folhagem
No caminho buscando uma passagem
Ao volume da água obedecendo
O sertão novamente renascendo 
Dos castigos cruéis da estiagem

Se prepara pra luta do plantio 
Com dois bois e arado ara o terreno
Dependendo da queda do sereno 
Planta arroz na vazante do baixio
E se o dia tiver fazendo frio 
Aproveita a frieza da aragem
Pra pescar na represa da barragem
Quando o peixe por ela está descendo 
O sertão novamente renascendo 
Dos castigos cruéis da estiagem



A pastagem enverdece na campina
Renovando a folhagem do capim
O sertão se transforma num jardim
No barrufo que cai da chuva fina
Cada gota do pingo da neblina
Permanece na palma da folhagem
Exibindo no brilho da imagem
O reflexo do sol aparecendo
O sertão novamente renascendo
Dos castigos cruéis da estiagem

Autor : Antônio Nunes 
Mote: Do autor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário