Poesia: "Invernia", um soneto de Andrade Lima

INVERNIA

Uma sombra de árvore me ampara
E eu contemplo a paisagem Sertaneja.
Inspirado eu começo uma peleja,
Quando o sol no poente esconde a cara!

Ouço a chuva caindo no telhado
E coloco um tambor numa biqueira.
Estremece o trovão e a cachoeira,
Transbordando é um trem desgovernado!

No riacho a enchente que trafega...
Lambe galhos, barreiras e carrega,
Tudo quanto encontrar em sua frente!

E o campônio da roça para o rancho,
Anda alegre e trabalha todo "ancho"
Com o inverno que Deus manda pra gente!

Andrade Lima
São José do Egito PE, 29/12/2016.