segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Poesia> "Engenho da saudade", um poema de Gregório Filó


ENGENHO DE SAUDADE

O meu engenho de aço
Não moeu mais uma cana
Já faz mais duma semana
Que um alfenim não faço
Não vendi mais um cabaço
De garapa a freguesia
A máquina da nostalgia
É que trabalha à vontade
Meu engenho de saudade
Quebra cana todo dia.

Nunca mais fiz uma farra
Por causa da falta dela
Vou como um boi de barbela
Atrelado à almanjarra
Moenda só esbarra
De encontro a melancolia
E a fornalha não esfria
Queimando a felicidade
Meu engenho de saudade
Quebra cana todo dia.

Gregório Filó


Fonte: Facebook do Autor/poeta

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