Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.
Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.
Texto: Gilberto Lopes
Criador do Blog.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
CHICO SCIENCE 50 ANOS: Chico Science foi uma criança feliz, diz irmã do artista
Goreti França deu depoimento comovente para documentário
Chico Science, criança normal e feliz
foto: acervo da família
Goreti França consegue falar durante horas
sobre Chico Science, ou melhor Francisco de Assis França, de quem foi irmã,
amiga e confidente. Na série de entrevistas realizadas para o documentário O
Caranguejo Elétrico (em processo de finalização), da RTV, a equipe de filmagem
conversou com ela, no apartamento em que mora com o marido, em Botafogo, Zona
Sul carioca. Goreti fala bem, com fluência, ao contar, sem esconder o orgulho,
a história do irmão mais novo. Ninguém o conhecia e o entendia tanto quanto ela.
E isso a equipe do diretor Zé Eduardo Miglioli pode comprovar na longa
entrevista naquela noite, que se estendeu até o começo da madrugada. A seguir
trechos da entrevista, em que a irmã recorda a infância de Chico Science: das
traquinices à música com que ele cresceu e que, obviamente, o influenciou.
INFÂNCIA
Ele era muito levado, era
da rua. Tinha um amigo mais apegado chamado Anderson. Ele sempre brincava com
este menino. Entre outras travessuras, lembro que um dia, perto da casa da
gente tinha muito pé de macaíba, é tipo uma palmeira, cheia de espinhos. Quando
a gente viu ele voltou pra casa que nem São Sebastião, todo flechado.
Brincando, ele correu e esbarrou no tronco do pé de macaíba. Voltou com a
barriga cheia de espinhos. Ele era muito solto, muito livre, uma criança
normal. A gente morava num conjunto habitacional e todo mundo criava
caranguejo. Lá, em Rio Doce, o mangue era muito próximo, então os caranguejos
andavam na rua, vinham pras casas. Todos os meninos que eram adolescentes
tinham seus criatoriozinhos de caranguejo e de guaiamum, e eles vendiam.
Cevavam e vendiam. Ou então a gente comia.
VIDA & LETRA
Naquela época, a coleta de
lixo não era tão regular, as pessoas jogavam lixo normalmente na beira do
mangue, que depois virou um aterro, e uma comunidade. Aquela coisa do "fui
pro mangue catar lixo, pegar caranguejo e conversar com urubu" é uma coisa
muito interessante porque ali, de fato, tinha o lixo no fim das casas da rua,
tinha objetos coisas que as pessoas jogavam fora. Não era catar lixo, naquele
sentido de catar para viver, era divertido ir revolver o lixo, que era as
coisas das pessoas. Ele e os outros, quando queriam grana para alguma coisa,
tinham esta fonte que era os caranguejos. Os meninos maiores trabalhavam
descarregando caminhão de telhas, estas coisas. Chico não pegou isso porque ele
era menor e, quando chegou, as casas já estavam todas construídas e habitadas,
mas a coisa do caranguejo ele pegou um pouco.
MÚSICA E FAMÍLIA
A casa da gente era muito
musical. Os meus irmãos, os dois mais velhos, gostavam muito de música. Mais
MPB, a MPB do Nordeste. Da Bahia para cima. A gente curtia muito Caetano, Gil,
Novos Baianos, Moraes Moreira, também o pessoal do Ceará, Fagner, Ednardo,
Belchior, e Alceu, Geraldo Azevedo, eram estes nossos ídolos. Chico cresceu
neste ambiente, e além disso meu pai tinha também uma coisa muito musical, e os
nosso avós também. A gente ia muito pro interior, meus pais são de Surubim, no
Agreste de Pernambuco, então a gente tinha muito contato com a tradição musical
de raiz, principalmente coco, que era muito comum na região em que os meus pais
nasceram. Então tinha isso, e os violeiros, que a minha mãe conta que o meu avô
levava e fazia festas na casa dele. Apesar dos meus pais não tocarem nenhum
instrumento, tinham uma certa musicalidade na veia. E a gente bebeu muito
disso, porque todo ano ia passar as férias no interior e participava de todas
estas tradições. Junto com isso, como a gente morava no litoral, tinha toda a
tradição da ciranda, que também é música nordestina de raiz, então você tem
tudo isso que eu acho que serve de aporte pra ele, pra obra dele depois.
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