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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Poesia: "Rogando pragas", um poema de Patativa do Assaré


Rogando pragas 


Dizia o velho Agostinho
Que este mundo é cheio de arte
E se encontra em toda parte
Pedaços de mau caminho
Um pessoal meu vizinho,
Sem amor e sem moral,
—Atrás de fazer o mal,
Para feijão cozinhar,
Começaram a roubar
As varas do meu quintal.


Toda noite e todo dia
Iam as varas roubando
E eu já não suportando
Aquela grande anarquia
Pois quem era eu não sabia
Pra poder denunciar,
Com aquele grande azar
Vivia de saco cheio,
Até que inventei um meio
Pra do roubo me livrar


Eu dei a cada freguês,
Com humildade o perdão
E lancei a maldição
Em quem roubasse outra vez
E com muita atividez
Na minha pena peguei,
Umas estrofes rimei
Sobre as linhas de uns papéis
Rogando pragas cruéis
E lá na cerca botei.


Deus permite que o safado,
Senvergonha ignorante,
Que roubar de agora em diante
Madeira do meu cercado,
Se veja um dia atacado
Com um cancro no toitiço,
Toda espécie de feitiço e
Encima do mesmo caia
E em cada dedo lhe saia
Um olho de panariço.


O santo Deus de Moisés
Lhe mande bexiga roxa
Saia carbúnculo na coxa,
Cravo na sola dos pés,
Sofra os incómodos cruéis
Da doença hidropsia
Itericia e anemia
Tuberculose e diarreia
E a lepra da morféia
Seja a sua companhia


Deus lhe dê reumastismo
Com a sinusite crônica
A sezão, o impaludismo
E os ataques da bubônica,
Alem de quatro picadas
De quatro cobras danadas
Cada qual a mais cruel
De veneno fatal
A urutu a coral
Jararaca e cascavel


Eu já perdoei bastante
O que puderam roubar,
Para ninguém sensurar
Que sou muito extravagante
Mas de agora por diante,
Ninguém será perdoado,
Deus queira que cão danado
Um dia morda na cara
De quem roubar uma vara
Na cerca do meu cercado.



É o que não ouvir o rogo
Que faço neste momento
Tomara que tenha aumento
Como correia ao fogo,
Dinheiro em mesa de jogo
E cana no tabuleiro
E no dia derradeiro,
A vela pra sua mão,
Seja um pequeno tição
De vara de marmeleiro


Patativa do Assaré

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