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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Poesia: "Na calmaria da roça", um poema de Carlos Aires

NA CALMARIA DA ROÇA
Dois velhotes conversando
Na sombra de um juazeiro,
A cabra e o pai de chiqueiro,
Um jumento descansando;
Um casal que vai chegando,
Em frente a sua palhoça;
Bois puxando uma carroça,
Um pequeno lugarejo,
São cenas comuns que vejo,
Na calmaria da roça.
No aceiro do terreiro
Um porco velho fuçando,
Vê-se um cavalo pastando,
Um cachorro e um carneiro;
O luzir de um candeeiro,
Clareia a pequena choça,
Um caboclo da mão grossa,
Se balançando na rede,
Vai de parede a parede,
Na calmaria da roça.
Ao lado de uma casinha
Nota-se um monte de estrumo;
Um homem picando fumo,
No batente da cozinha;
Uma faca na bainha,
Uma gata que se coça;
A abelha se alvoroça,
Se alguém mexer no cortiço;
A gente ver tudo isso,
Na calmaria da roça
Desce o galo do poleiro
Pra galinha arrasta a asa;
No velho fogão a brasa,
Logo a mulher do roceiro,
Faz a comida ligeiro,
Um xerém de massa grossa;
Logo depois q’ele almoça,
Deita e descansa um pouquinho,
Ela lhe faz um carinho,
Na calmaria da roça.
Uma vaca descansando
Junto ao bezerro e o touro;
Uma casa de besouro,
Um cabritinho berrando,
A galinha se aninhando,
No chiqueiro junto a fossa,
A água suja que empoça,
E escorre pela valeta;
Até o saguim se aquieta
Na calmaria da roça.
Um passarinho cantando
Na sombra do arvoredo,
A lagartixa com medo,
De um gato lhe tocaiando;
Uma velha trabalhando,
O algodão descaroça,
Estica, rasga e destroça,
Fia, e vai pra sua tenda,
Fabricar a bela renda,
Na calmaria da roça.
Uma nuvem bem escura
No topo da cordilheira,
Traz uma aragem rasteira,
Que causa a leve frescura;
Em meio aquela negrura,
Tão logo a pingueira engrossa,
E para alegria nossa,
O trovão da um pipoco
Causando um breve sufoco,
Na calmaria da roça.
A água escorre abundante
Pelo rego do barreiro,
De dentro do formigueiro,
Voa a tanajura errante;
Pra cair mais adiante,
Porém isso não endossa;
Nem lhe garante que possa,
Constituir a nova vida,
Por ser muito perseguida,
Na calmaria
da roça.
Carlos Aires
Proseando na sombra do juazeiro
Jornal Besta Fubana

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