a morte de Azulão
Tristonho disse pra gente,
meu boi morreu no vergal,
não sei se foi cascavel,
que tem peçonha no dente,
falta d’água e sol quente,
se foi tingui na ração,
só sei que encontrei no chão,
o meu boi morto na flora.
Meu curral ainda chora
a morte de Azulão.
dos mais bonitos da praça,
que era um touro de raça,
que enfrentava os cipoais,
era manso e nunca mais
vai ouvir som de cocão,
nem vai sentir o ferrão,
furando a pele por fora.
Meu curral ainda chora
a morte de Azulão.
morrendo em cima da rampa,
nem sequer tirei a campa,
e nem espichei o couro,
apenas caí no choro,
nas quebradas do sertão,
olhando pra criação,
lamentando toda hora.
Meu curral ainda chora
a morte de Azulão.
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