LOURIVAL BATISTA
Vamos hoje recomeçar as
homenagens a Louro, com Jó Patriota, o último dos líricos. Meu grande mestre,
amigo. Ele, não imaginaria, o quanto eu o sugava durante anos a fios em que convivemos,
tanto em São José do Egito, quanto em Recife, na minha home. Chegamos a
ultrapassar a casa dos 60 dias, tomando cachaça, na - Mauriceia desvairada. Jó,
era concunhado do - Louro do Pajeú, casado com - Das Neves, filha de Antônio
Marinho. Portanto, está no rolo todo. Lembro-me certa vez, eu, Jó e o poeta
Alberto Oliveira, depois de tomarmos "todas" , em Recife, tarde da
noite, fomos terminar a "peleja" na casa do Alberto. Não havia bafômetro.
Fui-me embora pra casa e deixei-os bebendo. Lá pras tantas, Alberto foi dormir
(a esposa dele estava viajando) porque, logo cedo, pegaria no trampo. Deixou
Jó, depois de disponibilizar bebidas e o caminho do fogão e geladeira. O dia
estava amanhecendo, jó botou pra tossir, demasiadamente, sem fôlego, as veias
inchadas e os olhos em midríase. Alberto pulou da cama, para os devidos
"primeiros socorros". Jó Patriota, depois de beber, literalmente uma
garrafa de cana, ao estancar a tosse, se virou pro Alberto e disse-lhe - FOI O
ABACAXI! Bom, mas em 1958, Beatriz Marinho, poetisa, que inspirou o nome de
"Bia Marinho" , deu este mote para Jó e para a posteridade - HOUVE UM
DIA FELIZ E VENTUROSO/QUE ROUBOU-ME O PRAZER DA MOCIDADE. Vejamos então, por
que Jó pertenceu à escola lírica do repente.
NÃO MALDIGO DA SORTE DENEGRIDA
QUE ROUBOU-ME O PRAZER DA MOCIDADE
PORQUE SINTO NEBLINAS DE SAUDADE
DAS MANHÃS OUTONAIS DA MINHA VIDA
JÁ FUI FILHA DO AMOR JÁ FUI QUERIDA
NÃO DESEJO PERDER ESSA VENTURA
A ESPERANÇA EM MIN'HALMA AINDA FULGURA
COMO UM SANTO PLANETA LUMINOSO
HOUVE UM DIA FELIZ E VENTUROSO
ENTRE OS DIAS DA MINHA DESVENTURA.
Meu Deus! Cadê o meu losartana?
Né, véi?
Ésio Rafael
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