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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Música: Pop > Skank patina em novo trabalho de inéditas

Seis anos após o último disco de inéditas, a banda mineira decepciona com o apático "Velocia"


skank
Você pode nem ser fã de Skank, mas vai lembrar de versos como "Me sinto tão / me sinto só / me sinto tão seu", "Te ver e não te querer / É improvável, é impossível", "Sei que amores imperfeitos / São as flores da estação" e "Mesmo que a gente se separe por uns tempos / Ou quando você quiser lembrar de mim / Toque a balada do amor inabalável / Swing de amor nesse planeta".
A banda mineira Skank é referenciada por um som realmente "pop", ora cheio de swing, bebendo do reggae e do ska; ora dramático e soturno, dialogando com o rock e o blues.
Quanto às letras (a maioria delas assinada pelo vocalista, Samuel Rosa), assim como alguns medalhões da música pop nacional - Lulu Santos e Nando Reis, por exemplo - o Skank é reconhecido por investir em jogos de palavras, mas sem esquecer da emoção, garantindo frases certeiras, com as quais o público se identifica.
"Velocia", novo disco de inéditas do grupo, peca justamente nesses dois aspectos: a sonoridade é fraca de experimentações, alegrinha, litorânea, mas constante demais ao ouvido; e, nas letras, o grupo se prende à sonoridade das palavras e se esquece do sentido, do apelo emotivo.
As primeiras críticas ao álbum chegam a afirmar que o grupo retorna a suas raízes. Uma verdadeira heresia. "Skank", independente gravado em 1992, "Calango" e "O Samba Poconé", seus primeiros discos, eram cheios de tempero, de um calor brasileiro. No novo disco, não há nada como "In(Dig)Nação", "Esmola", "Te Ver", "Tão Seu" ou a indefectível "Garota Nacional".
A única música de protesto do disco, "Multidão", tem uma levada paradona, um reggae arrastado demais para o tema, pouco condizente com a letra (também repetitiva) e com o rap de BNegão. Fazendo uma ressalva, há, talvez, em "Velocia", algo de "Jack Tequila". "Alexia", música que abre o disco, tem, sim, a cara do Skank: swing, jogo de palavras e a homenagem a uma mulher. Em vez de Jack-Tequila-Coca-Cola-E-Água, a meio-campista Alexia Putellas Segura, de 19 anos.
A jogadora da equipe feminina do Barcelona fez, na última Copa da Rainha, na Espanha, um gol digno de Messi, inspiração para a música.
"Muita gente acha que estamos fazendo apenas uma alusão a Messi, comparando ele a Jimi Hendrix, na letra. Não é uma homenagem a ele, mas sim à Alexia. Ficamos sabendo do golaço que ela fez e, como somos muito ligados em futebol, resolvemos fazer algo pra ela. O resultado ficou excelente", afirma o baixista Lelo Zaneti, em entrevista ao Caderno 3.
Outra canção do disco que traz alguma identidade do Skank é "Esquecimento", sexta faixa. Principalmente por que é a única com alguma carga dramática e letra clara, direta. "Nessa música, sentimos que faltavam cordas, metais, uma coisa sofisticada. E aí, com algumas ligações, conseguimos um arranjador em Abbey Road, Londres. Rob Mathes foi sensacional", explica o baixista. A banda já havia gravado em Londres, em 1998, durante o disco "Siderado". "Realmente, aquele é o grande estúdio do mundo".
Parcerias
De acordo com Zaneti, "Multidão" foi a primeira "a nascer" e "Rio Beautiful" a última. Em ambas, o grupo conta com parceiros: a letra de "Multidão" resulta de uma parceria de longa data na família Skank: Samuel Rosa e Nando Reis. Além de frases do rapper B Negão. Já "Rio Beautiful", divide o batismo entre Samuel e Emicida.
"'Velocia' resume bem esse disco. Velocia remete a tempo e o tempo traz uma qualidade ao trabalho. Não existiu uma pressão para que lançássemos antes. Queríamos que esse novo trabalho acontecesse naturalmente. E assim foi: foram dez meses de estúdio até ficar tudo pronto", detalha e defende Zaneti.

No entanto, particularmente, não sei se é possível concordar que, nesse disco, o tempo foi um bom amigo. "Rio Beautiful" é mais do mesmo: som litorâneo, lentidão, um coro na voz de Samuel que se repete em várias canções anteriores.
E a tão salutar parceria Samuel e Nando - que deu a luz a "Resposta", "Dois Rios", "Ainda Gosto Dela" e "Sutilmente" - parece que desandou. É difícil não sentir falta das letras de Samuel com Chico Amaral, presente nesse álbum apenas em "A Noite". Deles dois, sim, nasceram os melhores hits: "Jackei Tequila" (Calango), "Três Lados" (Maquinarama), "Amores Imperfeitos" (Cosmotron), "Vou Deixar" (Cosmotron), "Uma Canção é Para Isso" (Carrosel) e outras tantas.
Contudo, não se pode resumir o insucesso do disco às parcerias, quando sequer nos arranjos a banda inovou. Ao perguntar sobre a influência de terceiros na criação do Skank, Lelo foi enfático: "a influência é zero, nem gravadora, nem parceiros definem o produto final. Na verdade, quanto às parcerias, as bases e os arranjos das músicas já chegam prontinhos para receber a contribuição deles".
Apesar do fraco resultado sonoro, a banda acertou em cheio nos detalhes. Vale ressaltar a beleza da capa e das aquarelas produzidas para o encarte pelo desenhista Oriol Angrill Jordà. Segundo Lelo, o ilustrador foi encontrado pelo empresário da banda, Fernando Furtado. "Mandamos umas fotos nossas e ele fez esse trabalho super sofisticado. Ficamos bem satisfeitos", afirma Zaneti. Segundo o baixista, os shows de lançamento do disco só acontecerão em setembro. Fortaleza é uma possível cidade nesse circuito. "Ainda não sabemos de nada, mas gostamos muito de Fortaleza, então é uma aposta", adianta.
Disco
Velocia
Skank
Sony music
2014, 11 faixas
R$ 19,90

Mayara de Araújo
Repórter

Diário do Nordeste

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