Concertos ocorrem na quinta e na sexta-feira, às 20h, e no sábado, às 17h
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| Repertório das apresentações de Arthur vai de composição de Choppin a trabalho de Luiz Gonzaga. Foto: Antônio Cunha/Esp. CB/D.A Press |
O clássico e o popular se misturam nos concertos do maestro, arranjador e pianista Arthur Moreira Lima, 73. A linha tênue entre essas duas vertentes será atravessada diversas vezes nas apresentações do músico na Caixa Cultural, desta quinta (24) até o sábado (26). O repertório, que será executado em cerca de uma hora, vai contar com composições de Bach, Beethoven, Chopin, Pixinguinha, Luiz Gonzaga, entre outros.
Confira a Arthur Moreira Lima executando Carinhoso, de Pixinguinha:
O pianista, nascido no Rio de Janeiro, reside atualmente em Florianópolis e preserva uma forte ligação com a capital pernambucana. "Eu sou suspeito ao falar do Recife, porque meu pai era pernambucano. Eu tenho laços, família e muitos amigos por aí", conta.
Na carreira, cuja a primeira apresentação foi aos 8 anos, o músico já dividiu palcos com grandes orquestras e regentes. A projeção internacional ocorreu após o Concurso Chopin de Varsóvia (1965).
Desde 2003, ele tem rodado o país com seu caminhão-teatro, exibindo-se em lugares onde concertos de piano são raros. "Tocamos em todos os estados. (O evento) junta 5 mil, 6 mil, 7 mil pessoas para ouvir música instrumental em uma praça", diz Arthur. O projeto já proporcionou mais de 450 apresentações pelo interior do Brasil.
Entrevista >> Arthur Moreira Lima
Como ocorre a escolha do repertório dos concertos?
Eu escolho músicas clássicas que de tão conhecidas já se tornaram populares. E músicas populares que de tão reconhecidas, já se tornaram clássicos. O que é o clássico? O clássico é aquilo que é adotado pelo público, considerado, e fica no repertório eterno. É uma coisa que realmente não está na moda. Isso nunca está na moda. Isso existe. Isso é clássico.
A música instrumental é inacessível ao grande público?
O sentido de música instrumental é acessível ou não ao público...Ela existe e tem um público próprio. Mesmo quem não está acostumado a ouvir, quando escuta, gosta. O negócio é que as rádios, em geral, ditam para vender. É todo um sistema de divulgação de música onde o que menos importa é a cultura. Importa se vai vender ou não. Em geral, quanto pior mais vende (risos). Eu vejo esse filme passar desde que era pequeno. A gente vê que nada é feito pela cultura. Tudo é feito pelo comércio.
E qual seria esse público próprio?
A música instrumental é uma coisa muito mais sofisticada. Por isso mesmo tem um tipo de público específico. É para espaços menores. Tem que ser apreciada de outra maneira. Não é para o pessoal ficar dançando, nem cantando junto. É uma coisa mais recolhida, mais elaborada. É outra proposta. Mas é claro que existe muito interesse por música instrumental, em um segmento mais culto da população. Agora, quando você dá ao povo, às pessoas menos sofisticadas, ou do interior, a oportunidade de ouvir música instrumental, eles gostam. E gostam muito.
Como é levar suas apresentações para um público que não tem muito conhecimento do estilo?
Eu tenho um caminhão que roda o Brasil e estamos chegando a 11 anos viajando o país inteiro. Tocamos em todos os estados. Juntam-se 5 mil, 6 mil, 7 mil pessoas para ouvir música instrumental em uma praça. Além de ter um público próprio, quando é tocada (música instrumental) para pessoas que não estão acostumadas, elas gostam muito. Porque a música instrumental, sobre tudo esse programa, tem muita qualidade. É uma coisa universal, que toco em todos os lugares do mundo.
Serviço:
Concerto Arthur Moreira Lima
Quando: Quinta (24) e sexta-feira (25), às 20h, e sábado (26), às 17h.
Onde: Caixa Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife)
Entrada: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Informações: (81) 3425-1900 / 3425-1915.
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