Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Talento precoce » Pernambucano de 11 anos surpreende ao lançar livro de 255 páginas

Arthur Basílio Pereira publicou O credo Lane pela editora Livrinho de Papel Finíssimo
O escritor-mirim inventou título, deu nome aos personagens e ainda idealizou a ilustração da capa e do resto das páginas. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press.


Sentado em uma poltrona no canto da sala de estar, Arthur Basílio Pereira assiste concentrado a um documentário no canal pago Discovery Chanel no apartamento onde mora, na Madalena, no Recife. O menino de apenas 11 anos mantém uma rotina de hábitos e comportamento incomuns para uma criança. Admirador de carros antigos, fã dos Beatles e músico (leia-se: toca bateria, teclado, guitarra, baixo…), ainda encontra tempo (e habilidade) para escrever. É autor de uma história inusitada que virou um bloco de papel de 255 páginas publicado pela Editora Livrinho de Papel Finissímo na Bienal de Pernambuco deste ano, O credo Lane. O escritor-mirim inventou título, deu nome aos personagens e ainda idealizou a ilustração da capa e do resto das páginas.
A queda pela escrita surgiu bem antes. Filho dos bancários Lucivânia e Valdir Pereira, Arthur assustou a mãe quando, aos 8 anos, apareceu com uma redação de seis páginas que havia feito para uma tarefa do colégio. “Nunca havia procurado um psicólogo, mas, desta vez, eu fui mostrar o texto para uma amiga que trabalha na área e ela ficou impressionada. Sempre observei os talentos de Arthur. Desde cedo, ele se mostrava apto a aprender rápido e começou a ler muito”, declarou a mãe.
A redação motivou a criança a escrever a primeira história sozinho. Sentado na cadeira amarela de rodinhas do quarto, o garoto conversa como gente grande. “Não mostrei o livro a ninguém porque eu não queria que ficassem dando ‘pitaco’. ‘Ah, faça isso, faça aquilo.’ Mesmo que a ideia fosse boa, queria escrever sozinho”, confessa Arthur. De acordo com ele, a ideia para o enredo da história foi inspirado em O vendedor de sonhos, do psiquiatra e escritor de livros mais ligados à auto-ajuda Augusto Cury. “O meu livro preferido dele é O colecionador de lágrimas, que não está aqui”, diz, ao tirar da cabeceira da cama o exemplar de um dos livros do escritor.

Ao contrário do que possa ser típico para uma criança escrever, a obra de Arthur passa longe de ser uma reunião de contos ou de histórias com temáticas infantis. A trajetória do protagonista Tom Marcel envolve conflitos políticos, debates de temas como humildade, respeito e caminhada em busca de justiça. Os termos e as construções textuais usados pelo garoto flertam com uma narrativa madura. Há frases complexas e recheadas de ensinamentos intelectuais e interpretativas.



 Do alto da janela do seu quarto, no 20º andar, se mostra antenado com temas sociais. E utiliza frases de Nelson Rodrigues para comentar os protestos na cidade. “Eu não queria ir para os protestos, porque, como disse Nelson Rodrigues, o brasileiro adora reclamar, mas, na hora de melhorar, bom, quem nunca furou um sinal vermelho?”.
Arthur coleciona miniaturas de carrinhos clássicos (especial o modelo amarelo do Ford Crown Victoria que adquiriu em Nova York), já se apresentou em vários teatros do Recife e ainda tem tempo para jogar no Xbox de vez em quando. Nas prateleiras, expõe um altar com imagens de santos, um boneco do mestre Yoda, de Stars Wars, e uma foto onde aparece ao lado do avô falecido recentemente. A cabeceira da sua cama é repleta de gibis e brinquedos, já não usados. Sina de uma vida dividida entre a infância e os primeiros passos na literatura.

Depoimentos

"O livro de Arthur chegou à editora através do projeto Publique-se, na Bienal. Editar a história dele foi um desafio porque buscamos preservar a narrativa original. Respeitamos o modo como escreveu. Queríamos vê-lo mesmo como criança. No mundo da tecnologia, é incomum ver uma criança lendo um livro, quem dera escrevendo. No Recife, só conheço Arthur e uma criança autista (Diogo Calife), que escreveu e desenhou o próprio livro.”

Leta Vasconcelos - editora da Livrinho de Papel Finíssimo

"Com certeza, é um talento precoce, pessoa privilegiada. Mais crianças devem se sentir aptas a escrever diante de exemplos como esse. A partir do momento em que o pai ou a mãe mostram a criança a importância da leitura, ela se sentirá disponível a escrever mais. Não conheço o caso de Arthur pessoalmente, mas tenho certeza de que ele teve esse estímulo.”

Fátima Quintas
, presidente da Academia Pernambucana de Letras

Leia um trecho do livro:


“Admito que não é uma besteira ser um intelectual pensador. Muitos dizem que é perda de tempo, enquanto muitos dominam empresas, cidades, estabelecimentos, e até um viaduto, enquanto um fica pensando, explicando, com o punho apoiando a parte inferior do seu queixo.
Desde que nasci, ou melhor, de que aprendi a viver com fé, assisti meu pai fazendo ações de um intelectual, rezar, pensar, meditar, contemplar. Isso é ser um mestre. É velejar no universo de ternura e calma e entrar em contato com o Transcendente. Ser intelectual é viver uma vocação de honra que fica na mente por toda a sua vida. Ser intelectual é apreciar a vida de uma forma exótica. Ser intelectual é saber viver sem tabu, viver na paz para sempre. Ser intelectual é aceitar o seu destino e segui-lo. Ser intelectual é procurar ser o que a pessoa é.”


Karoline Rodrigues - Diario de Pernambuco

Nenhum comentário:

Postar um comentário