
Quem me ver em nostalgia
Vai pensar que jamais riu,
Justamente eu que ainda sou,
Tão somente só, um rio.
Sou trafego de mudez sem fim
Em direção ao difuso infinito
Pois sou também meu próprio grito
Acordando dentro de mim.
Sou menino pescando a vida
Nas águas doces em nado nu.
Sou criança desassombrada
Nos mistérios do Pajeú.
Quem me ver em nostalgia
Vai pensar que jamais riu.
Justamente eu que ainda sou,
Tão somente só, um rio.
Se Alienista é o que não aliena
Preciso, vitalmente, me aluar
No reflexo de céu no mar
Ou na magia da cantilena;
Na brisa que me condena
A liberdade sem fim,
Pois sou o tudo e o nada
Presentes dentro de mim.
Quem me ver em nostalgia
Vai pensar que jamais riu.
Justamente eu que ainda sou,
Tão somente só, um rio.
Flávio Petrônio,
São José do Egito-PE, 12 de outubro de 2008

Fonte: Facebook do autor
CANTIGAS E CANTOS
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