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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 29 de setembro de 2013

CULTURA: A periferia inventa seu espaço

Depois do sucesso de público, gêneros musicais “periféricos” agora estão em busca do reconhecimento 

A cumbia argentina, o reaggeton caribenho, o hip hop hispano-americano de Miami, o funk carioca, o tecnobrega paraense, o forró eletrônico cearense e a swingueira da Bahia. O que todos esses ritmos têm em comum? Na essência, tratam-se de gêneros considerados periféricos, nascidos no gueto, da mistura de outros ritmos musicais e que acabam ajudando a construir a identidade da comunidade que os produz. Quando se trata da história social da música, da sua relação com processos identitários de grupos sociais, fica difícil definir o que é parte do centro e o que é “música de gueto”. 

Cena do filme “A Batalha do Passinho”, do diretor Emílio Domingos, sobre o funk carioca

Às vezes, parece até que tudo é uma questão de tempo. Como no caso do samba – por tanto tempo restrito ao alto dos morros – ou do baião de Luiz Gonzaga, música de retirante e que, com os anos, deixaram a margem e alcançaram um reconhecimento nacional.

Recentemente, a liberdade evocada pela ideia de ecletismo atrelou-se ao mercado fonográfico com certa conveniência, dando vazão à indústria do “tudo junto e misturado”. Forró com arrocha, brega com funk, pagode com axé. No carnaval da mistura, não há impedimentos ou incongruências.

Além dos ritmos, também a seara das composições se transforma, sempre chacoalhando a corda bamba dos conceitos de moralidade. A música se mostra, principalmente, como campo de negociações: de poder, de ideologias. 

Um bom exemplo é o funk: a música de protesto – “hoje eu quero é ser feliz” – da década de 1990, vira “cerol na mão”, aderindo à sexualidade e ao humor para fazer bombar os bailes. 



Anos 2000. Paralelo ao Bonde do Tigrão, levado às TVs com cautela, o funk melody conquista espaços mais amplos – o “só love, só love”, de Claudinho & Buchecha. A moda dura pouco e o funk retorna ao gueto.

Anos depois, a história se repete: o “quadradinho de oito”, do Bonde das Maravilhas, toca nas rádios ao lado do “Whisky ou água de coco”, de MC Naldo Beny. E enquanto o “show das poderosas”, de Anitta, invade a TV e até as festinhas infantis, o “Late que eu tô passando”, de Waleska Poposuda, é sensação no YouTube.

Mas enquanto o funk oscila entre a massificação e a restrição a em alguns territórios, o que, talvez, consolida a categorização de “periférico” desse ritmo é que, na periferia, ele nunca deixou de tocar: seja o funk de ostentação, de família ou proibidão. E o mesmo fenômeno acontece com o forró eletrônico do Ceará ou o tecnobrega paraense.

Nesta edição, o Caderno 3 se dedica a conhecer os bastidores de alguns desses ritmos: a realidade de quem os consome e de quem vive deles, além dos esforços para elevá-los ao nível de atividade cultural, alcunha esta sempre tão questionada por alguns. E aí, já é ou já era?   


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