Anti-heróis
do passado servem como referência para personagens da atualidade. Relembre os
antagonistas mais marcantes
Na Idade Média, “vilão” era uma pessoa que não
pertencia à nobreza e morava em vilas. Como os camponeses não tinham confiança
nos “vilões”, o termo foi recebendo, ao longo do tempo, um sentido pejorativo.
Quando se fala da evolução da teledramaturgia brasileira, é quase obrigação
falar sobre a vilania na telinha. O mal tem vasto destaque na história das
novelas do país. Os vilões abastecem de adrenalina as tramas. Geralmente, são
responsáveis por ganchos que atraem a fidelidade do telespectador. Em algumas produções,
a essência dos antagonistas dos mocinhos é mais complexa. A construção de
anti-heróis varia de acordo com o estilo do autor e costuma acumular
referências de produções passadas.
Alguns acontecimentos retomam a vida real e fatos sociais, históricos e políticos da época. “De modo geral, o vilão das novelas brasileiras é construído com base na sociedade. Além disso, todos esses vilões são síntese e reiteração de outros de novelas passadas. Se pegar Carminha (Avenida Brasil) ou Félix (Amor à vida), por exemplo, sempre vão ter elementos de uma Odete Roitman (Vale tudo). Isso é proposital. Mais fácil para o público identificar e se tornar familiar”, analisa o pesquisador José Claudino Bernardino, autor de tese de doutorado sobre os vilões nas obras de três escritores: Sílvio de Abreu, Aguinaldo Silva e Gilberto Braga.
Relembre cena de Odete Roitman em Vale tudo
Alguns acontecimentos retomam a vida real e fatos sociais, históricos e políticos da época. “De modo geral, o vilão das novelas brasileiras é construído com base na sociedade. Além disso, todos esses vilões são síntese e reiteração de outros de novelas passadas. Se pegar Carminha (Avenida Brasil) ou Félix (Amor à vida), por exemplo, sempre vão ter elementos de uma Odete Roitman (Vale tudo). Isso é proposital. Mais fácil para o público identificar e se tornar familiar”, analisa o pesquisador José Claudino Bernardino, autor de tese de doutorado sobre os vilões nas obras de três escritores: Sílvio de Abreu, Aguinaldo Silva e Gilberto Braga.
Relembre cena de Odete Roitman em Vale tudo
De
acordo com a pesquisa, o primeiro retrata mais a vilania no cotidiano de São
Paulo, como emPassione. Já as
características do anti-herói na obra de Aguinaldo são associadas à sede por
ascender socialmente. O exemplo foi Senhora
do destino. Nas tramas de Gilberto Braga, glamour e luxo fazem parte
dos personagens, como em Celebridade. “Vilões conquistam mais sucesso quando dialogam
com a sociedade. Não é o caso de Félix, que está distante da realidade e mais
dentro do plano da ficção. É um personagem caricato. Inverossímel. Neste caso,
a aceitação do personagem por parte da audiência se deve ao ator (Mateus
Solano)”, destaca Claudino.
Na pesquisa As telenovelas brasileiras: heróis e mocinhos, da professora Maria Lourdes Motter, da Escola de Comunicação e Artes da USP, a razão mais recorrente da maldade na TV é a vingança. Numa extensa lista, ocupam novelas como Os Inocentes (TV Tupi, 1974), Fera radical (1988), Tieta (Globo, 1989) e Fera ferida (1993).
Na pesquisa As telenovelas brasileiras: heróis e mocinhos, da professora Maria Lourdes Motter, da Escola de Comunicação e Artes da USP, a razão mais recorrente da maldade na TV é a vingança. Numa extensa lista, ocupam novelas como Os Inocentes (TV Tupi, 1974), Fera radical (1988), Tieta (Globo, 1989) e Fera ferida (1993).
Curiosidades
Leôncio Almeida
(Rúbens de Falco), em Escrava Isaura (1976), de Gilberto Braga:
Sinhozinho Leôncio herdou os bens da família e era apaixonado por Isaura. Não admitia o fato de não ser correspondido. Como “vingança”, tornou a vida dela um inferno, com castigos e privação da carta de alforria.
Odete Roitman
(Beatriz Segall), de Vale tudo (1988), de Aguinaldo Silva, Gilberto Braga e Leonor Bassères.
É uma das vilãs mais importantes da teledramaturgia e uma das favoritas de críticos e pesquisadores de televisão. Personagem que odeia o Brasil e possui relação de conflito com a filha Helena (Renata Sorrah). Ela foi assassinada na reta final da trama e a pergunta “Quem matou Odete Roitman?” se espalhou pelo país.
Perpétua
(Joana Fomm), de Tieta (1989), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares.
A atuação da intérprete cativou o público. A traiçoeira protagonizou muitas cenas de humor ao longo dos capítulos. Um dos mistérios da trama era o que ela guardava numa caixa branca dentro do armário: o órgão genital do falecido marido.
Nazaré Tedesco
(Renata Sorrah), Senhora do destino (2004), de Aguinaldo Silva.
Ex-prostituta, largou a vida ao se envolver com Luís Carlos Tedesco (Tarcísio Filho) e sequestrar a filha de Maria do Carmo (Suzana Vieira). Com a morte do marido, passa a ser sustentada pela “filha” e se finge de doente. A maldade também aparecia na convivência com Cláudia, filha de Luís, que não a suportava.
Flora
(Patrícia Pillar), de A Favorita (2008), João Emanuel Carneiro.
A trama inovou por não mostrar a vilania logo de cara. A personagem começou como uma mulher doce. Só revelou-se após três meses de trama no ar. O telespectador não sabia se torcia para Donatela (Claudia Raia) ou Flora. A heroína Nina (de Avenida Brasil) foi inspirada na personagem.
Carminha
(Adriana Esteves), de Avenida Brasil (2012), de João Emanuel Carneiro.
Entrou para a história da teledramaturgia. Era uma mulher ambiciosa e fria, que não poupou sentimento de ninguém para atingir o interesse. Traía o marido Tufão (Murilo Benício) com o amante Max (Marcelo Novaes) e abandou a enteada Rita/Nina (Débora Falabella) no lixão.
Leôncio Almeida
(Rúbens de Falco), em Escrava Isaura (1976), de Gilberto Braga:
Sinhozinho Leôncio herdou os bens da família e era apaixonado por Isaura. Não admitia o fato de não ser correspondido. Como “vingança”, tornou a vida dela um inferno, com castigos e privação da carta de alforria.
Odete Roitman
(Beatriz Segall), de Vale tudo (1988), de Aguinaldo Silva, Gilberto Braga e Leonor Bassères.
É uma das vilãs mais importantes da teledramaturgia e uma das favoritas de críticos e pesquisadores de televisão. Personagem que odeia o Brasil e possui relação de conflito com a filha Helena (Renata Sorrah). Ela foi assassinada na reta final da trama e a pergunta “Quem matou Odete Roitman?” se espalhou pelo país.
Perpétua
(Joana Fomm), de Tieta (1989), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares.
A atuação da intérprete cativou o público. A traiçoeira protagonizou muitas cenas de humor ao longo dos capítulos. Um dos mistérios da trama era o que ela guardava numa caixa branca dentro do armário: o órgão genital do falecido marido.
Nazaré Tedesco
(Renata Sorrah), Senhora do destino (2004), de Aguinaldo Silva.
Ex-prostituta, largou a vida ao se envolver com Luís Carlos Tedesco (Tarcísio Filho) e sequestrar a filha de Maria do Carmo (Suzana Vieira). Com a morte do marido, passa a ser sustentada pela “filha” e se finge de doente. A maldade também aparecia na convivência com Cláudia, filha de Luís, que não a suportava.
Flora
(Patrícia Pillar), de A Favorita (2008), João Emanuel Carneiro.
A trama inovou por não mostrar a vilania logo de cara. A personagem começou como uma mulher doce. Só revelou-se após três meses de trama no ar. O telespectador não sabia se torcia para Donatela (Claudia Raia) ou Flora. A heroína Nina (de Avenida Brasil) foi inspirada na personagem.
Carminha
(Adriana Esteves), de Avenida Brasil (2012), de João Emanuel Carneiro.
Entrou para a história da teledramaturgia. Era uma mulher ambiciosa e fria, que não poupou sentimento de ninguém para atingir o interesse. Traía o marido Tufão (Murilo Benício) com o amante Max (Marcelo Novaes) e abandou a enteada Rita/Nina (Débora Falabella) no lixão.
Diário de Pernambuco
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