Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Longa-metragem » Filha de João Cabral de Melo Neto fará filme baseado em poema do pai

João Cabral escreveu poema histórico sobre Frei Caneca.
Foto: CDI/Arquivo/Reprodução.
João Cabral escreveu poema histórico sobre Frei Caneca. Foto: CDI/Arquivo/Reprodução.
Filha do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999), a cineasta Inez Cabral vai tirar do papel um projeto antigo. Vai transformar em filme o Auto do frade (Alfaguara, R$ 14,90), poesia escrita pelo pai, cuja narrativa é centrada nas últimas horas de vida de Frei Caneca (1779-1825). Aprovado pela Lei Rouanet para o formato de distribuição gratuita, o longa-metragem está em fase de captação de recursos junto a empresas, cujo investimento pode ser abatido dos impostos devidos. 

Desde pequena, Inez ouvia reclamações do pai sobre o esquecimento do líder pernambucano, de quem era grande fã. “Dizia que, no Brasil, só se falava de Tiradentes e, se ele tivesse intimidade com cinema, faria um filme a respeito de Frei Caneca. Então dei a ideia para ele escrever e eu transformar em vídeo. Ainda em vida, meu pai viu o projeto e curtiu muito”, conta Inez. Segundo ela, o longa-metragem não foi rodado por falta de recursos. O projeto havia sido aprovado sem a trilha sonora (de Jaques Morelenbaum), e não foi para frente. Agora foi aprovado integralmente.

Antes de morrer, o poeta deixou documento concedendo os direitos sobre o texto. A carta traz comentário do autor sobre o projeto: “…parece que [a adaptação] expressará muito bem a essência da mensagem que quiz (sic) transmitir ao narrar o último dia do mártir pernambucano, tão erroneamente interpretado fora de sua região”. A obra se chamaria Poema para vozes (atual subtítulo), mas João Cabral não gostou (“quem vai ver um filme com um nome desses?”). Ficou O frade.

Inez Cabral quer equipe jovem e dinâmica para comandar o projeto. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press.
Inez Cabral quer equipe jovem e dinâmica para comandar o projeto. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press.












Vai ser uma espécie de mistura de radionovela, mídia ninja, documentário histórico e espetáculo ‘son èt lumiere’, com mapas e gravuras sublinhando o texto, e com os atores fazendo parte da trilha de áudio”, revela Inez. Sobre as gravações, ela antecipa que, para as cenas nas ruas do Recife, pretende convidar grupo de teatro local, a fim de deixar marcado o sotaque pernambucano. 

“Ainda falta decidir a equipe técnica, mas quero gente jovem, com uma linguagem mais dinâmica. Acredito estar em uma posição privilegiada, pois conversei muito com meu pai sobre O frade. Além do mais, o fator genética existe”. O enredo do filme seguirá o auto escrito por João Cabral, enfocando a morte de Frei Caneca, vivido pelo ator paraibano José Dumont (que protagonizou adaptação para o cinema de Morte e vida severina).

Para a cineasta, a distribuição gratuita do longa pode viabilizar a formação de estudantes, democratizar o acesso ao filme, com renovação do público e estímulo à reflexão. Empresas que desejarem investir podem entrar em contato pelo e-mail inezcabral@gmail.com. O longa-metragem terá 70 minutos e orçamento de R$ 577,4 mil. A contrapartida é a inclusão da marca da empresa nos créditos do filme (que circula com 1,5 mil cópias), no DVD e produtos de comunicação ligados ao projeto.

 LIVRO
Auto do frade, de João Cabral de Melo Neto
Formato: 12 x 17
Páginas: 104
Preço: R$ 14,90

TRECHO
A Gente Nas Calçadas.
- Não se parece a este o cortejo
de alguém a caminho da forca.
- Parece mais bem procissão,
Governador que vem de fora.
- Que gente que veio na frente,
bandeira, padres, gente de opa?
- São os irmãos da Santa Casa,
que se diz da Misericórdia.
- Quem são os que passam depois
de roupas sinistras mas várias?
- São os escrivães, mais os meirinhos:
não abrem mão de suas toucas.
- Outros conheço de uniforme,
são da milícia e são da tropa.
- Para que trazer tanta força
contra um frade doente e sem forças?
-Que ninguem de aproxime dele,
Ele é um réu condenado à morte.
Foi contra Sua Majestade,
contra a ordem tudo que é nobre.
Republicano, ele não quis
obedecer ordens da Corte.
Separadista, pretendeu
dar o Norte à gente do Norte.
Padre existe é para rezar
pela alma, mas não contra a fome.
Mesmo vestido como está,
com essa batina de monge,
para receber seu castigo
é preciso que ele se assome.
Que todo o cortejo avance!
Temos que chegar ainda longe.

O FRADE 
Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo (1779-1825), conhecido como Frei Caneca, foi um religioso e político pernambucano. Esteve implicado na Revolução Pernambucana (1817) e na Confederação do Equador (1824). Em 1825, é condenado à forca, mas, diante da recusa de todos os carrascos em cumprir a sentença, acaba sendo fuzilado por um pelotão de 12 homens.

Fellipe Torres - Diario de Pernambuco

Nenhum comentário:

Postar um comentário