Cantor e compositor também quer produzir documentário sobre sua
vida e obra
Presença
constante nas principais festas populares do estado, Alceu Valença será a
atração principal deste domingo no arraial montado no Sítio da Trindade, Zona
Norte do Recife. O show faz parte da Turnê Nordestina do cantor e compositor
que também passa pelas pernambucanas de Arcoverde (dia 28) e Itapetim (29),
além de cidades da Bahia, Goiás, Piauí, Maranhão e Rio de Janeiro. Depois dos
shows, ele deve se concentrar no lançamento de A luneta do tempo, filme
escrito e dirigido por ele.
Acompanhado por Paulo Rafael (guitarra e violão), Tovinho
(teclados), André Julião (sanfona), Nando Barreto (baixo), Cássio Cunha
(bateria) e o sanfoneiro convidado, André Julião, de Caruaru, Alceu apresenta
clássicos forrozeiros da sua carreira e versões para hits de Luiz Gonzaga e
Jackson do Pandeiro. Depois do São João, o pernambucano de São Bento do Una
deve se empenhar no lançamento de A
luneta do tempo, filme escrito e dirigido por ele pretende, em
breve, produzir documentário sobre sua carreira.
“No São João, eu viro baião”, reforça Alceu, que, durante as
outras épocas do ano tem preparados outros formatos de show. “Com o Vivo! me apresento para um
público mais novo. Toco meus rocks que não rocks e outras músicas que se
encaixam na proposta. Com a Orquestra de Ouro Preto faço o Valencianas, no qual minhas
músicas ganham arranjos eruditos. Nos shows de Carnaval, faço questão de
incluir metais, para que garantir uma maior autenticidade dos frevos. Tenho
também o Mistura Fina,
o qual, como o nome já diz, é uma mistura de tudo o que faço”, explica.
Essa multiplicidade
de formatos foi uma das formas que Alceu Valença encontrou para driblar a queda
na venda de discos registrada nos últimos anos, sem falar no próprio
descontentamento do artista em relação às empresas fonográficas. “Minha relação
com as gravadoras sempre foi problemática. Em muitos momentos, eles queriam
determinar o que eu deveria gravar. A arte é minha, trabalho da maneira que eu
quero e não faço música por encomenda!”, dispara.
Para Alceu, disco hoje em dia funciona mais como “cartão de
apresentação” e lamenta que, na visão dele, ainda exista muita gente que olha o
artista como um boêmio e não um profissional.
O músico está cuidando dos últimos detalhes do lançamento de A luneta do tempo, longa
metragem dirigido por ele e que retrata um universo povoado por cangaceiros,
emboladores, aboiadores, grupos de forró, cavalo marinho e outras manifestações
culturais nordestinas. “Ele deve estrear primeiro na Europa, em agosto. O
problema vai ser a tradução”, brinca Alceu, fazendo referência à grande
quantidade de expressões idiomáticas sertanejas contidas na obra.
Ainda no campo do audio-visual, Alceu Valença diz que está
reunindo material para a produção de um documentário sobre sua obra e vida.
“Tenho muita coisa guardada. Imagens de viagens, shows”, comenta. Entre alguns
dos momentos que considera mais marcantes na carreira, ele cita a apresentação
feita no primeiro Rock in Rio, em 1985. “Vai lá no YouTube e procura Anunciação. Veja que eu me
emociono”, relembra.
No vídeo abaixo, Alceu demonstra total controle sob a plateia e
mostra porque, até hoje, é um dos artistas mais carismáticos da música
brasileira.
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