A cantora há anos não fazia show em teatro no Recife
“Faço muito show no Recife, mas
sempre é festa, carnaval, São João, as pessoas vivem sugerindo que eu faça
apresentações em teatro, uma coisa que não faço há muito tempo na cidade. Por
isto este show que venho fazendo desde o começo do ano”, comenta Elba Ramalho,
que se apresenta hoje (às 21h), e amanhã (às 19h), no Teatro Luiz Mendonça, no
Parque Dona Lindu, com o show Vambora lá dançar (com selo Sala de Som Records),
título do 31º disco, contando a partir de Ave de prata, de 1979. O título do
álbum foi pinçado da letra de Frevo meio envergonhado, de Monique Kessous (da
nova geração da música carioca). O último show que Elba Ramalho fez no Recife,
em local fechado foi em 2011, no Manhattan, uma apresentação intimista, com o violonista
Marcos Arcanjo e o Cezinha na sanfona.
Monique Kessous, entrou no repertório da segunda fase do disco,
que foi gravado entre 2010 e 2011, com produção de Cezzinha: “Gravamos músicas
para mais de um disco. Cezar tem um talento para fazer um forró moderno,
inovador. Mas o disco não foi lançado, veio o DVD, no Marco Zero, e achei que
que precisava de uma atualizada, e fiz umas músicas com Zé América produzindo”,
conta Elba. Assim o disco ficou com duas faces, algumas faixas tem a mão de Cezinha,
ou Cézar, como ela chama, outra a de Zé Américo.
O repertório também ficou dividido, entre compositores de nome
nacional, e outros, a maioria da atual geração do forró, nordestino em geral, e
pernambucanos, em particular, que ela começou a gravar em seu último disco de
estúdio, Balaio de amor, de 2009: “É um pessoal que faz o novo forró do
Nordeste, uma música com temática mais urbana. Estas músicas estão sendo bem
recebidas nos shows que faço no Sudeste. AS músicas de Accioly Netto, que não
chegaram lá na época, agora estão sendo cantadas em coro pela plateia. Outros
como Petrúcio Amorim, Rogério Rangel também começa ma ser conhecidos. Nando
Cordel, nem precisa falar, porque canto suas músicas há anos”, diz Elba.
Ela trouxe pro repertório autores como Vander Lee, onde Deus
possa me ouvir (que ela vinha fazendo em shows como o do Manhattan). Esta
música, por sinal, é uma as duas que resgatada do pouco lembrado álbum Bossa
tropical, que Gal Costa lançou em 2002. A outra é Quando eu fecho os olhos, de
Chico César e Carlos Rennó, uma canção inspirada, oportunamente ser resgatada.
Do fundo do baú das memórias afetivas Elba fisgou Mucuripe, dos cearenses
Belchior e Fagner. Mas o bom deste novo disco da cantora paraibana são os
forrós, grande parte xotes modernos, com letras que falam de amor, de maneira
sensual, montados em melodias engenhosas, e que convidam à dança. É assim com
Forró brasileiro, de Cezinha e Fábio Simões, que seria o nome do disco se
houvesse sido lançado dois anos atrás.
Elba Ramalho canta apenas parte de Vambora lá dançar, nos shows
de hoje, e amanhã: “Vai ter músicas das várias fases de minha carreira, desde
Não sonho mais, de Chico (Buarque), que gravei no primeiro álbum, Chão de giz,
Aconchego, dou uma repassada no no meu repertório”, diz a cantora que canta
acompanhada por Marcos Arcanjo (violão e guitarra), Mestrinho (sanfona), Ney
Conceição (baixo), Anjo Caldas (percussão), Tostão Queiroga (bateria) e Durval
(zabumba e percussão)
Show Vambora dançar lá, Com Elba Ramalho e banda, hoje (21h) e
amanhã (19h), no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem
ingressos: R4100 e R$50. Outras informações: 3082-2909 e 3355-9821
José Teles
JC
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