Quando eu vejo um açude já sangrando
Meu olhar
também sangra de alegria;
Quando
escuto o ranger da rã que chia
Meus
ouvidos se excitam delirando;
Quando o
milho bem verde está assando
Pra agradar
o meu gosto no São João;
Quando
escuto o barulho do trovão;
Quando vou
pegar peixe em piracema;
Quando a
chuva é razão pro meu poema,
Eu me sinto
mais filho do Sertão.
Quando
estou a rondar na capital
E me chega
um sujeito mal criado,
Exibindo um
“falar” desinformado,
Debochando
do meu torrão natal;
Quando em
vez de abalar o meu astral,
Eu me
orgulho de ser do meu torrão;
Quando em
vez de, sem dó, metê-lo a mão...
Quando em
vez de brigar digo em bom som:
Sou matuto
e me orgulho desse dom!
Eu me sinto
mais filho do Sertão.
Vinícius
Gregório
Recife,
09/10/2006.
Pajeú da Gente
Nenhum comentário:
Postar um comentário