sexta-feira, 3 de maio de 2013

Poesia: Flávio Lira, revelando através da poesia os seus sentimentos


Flávio Eduardo de Melo Lira nasceu em 10 de maio de 1957, em Piau - MG. filho do odontólogo Severino Vieira de Lyra e D. Nilza de Melo Lyra.
Egipciense por adoção,  uma vez que chegou a São José do Egito com 7 anos de idade e aqui permaneceu até a sua morte.
Começou fazendo poesias, explorando inicialmente o seu potencial crítico da realidade política-social. Com o tempo foi revelando seu lado sentimental e lírico, elaborando poemas que exprimiam toda uma ternura e grandeza interior, revelando paixão, amor, solidariedade e humanismo.
Aprimorou  seu talento artístico  através de estudos,  chegando a divulgar seus trabalhos através do FEMPP (Festival da Música do Pajeú), onde recebeu várias premiações.
Participou de vários grupos Teatrais, dentre eles SKULAXO e MOTE (Movimento Teatral Egipciense), destacando-se como ator e diretor. Foi Secretário de Cultura e Esporte em São José do Egito, professor da Escola Cenecista Professor Bernardo Jucá e da Escola José Severino de Araújo, no município de Brejinho.
Morreu precocemente aos 04 de dezembro de 1995, vítima de câncer, em sua residência. Escreveu até seus últimos momentos.


Fica registrada aqui duas poesias desse grande talento.

PARTIDA

Quando olhei para os teus olhos,
E comparei-os com os de Deus,
Foi que vi que os teus olhos,
Já choraram com os meus.

Pensamentos incabíveis,
Foi o que veio em nossa mente,
Quem não tem sentimentos sensíveis,
Quando algo o coração sente.

Pois em toda partida,
Uma saudade edifica,
E a alegria nos sai.

É que, em toda despedida,
É triste para quem fica,
É triste para quem vai.


PINGO D’ÁGUA

Sou o último a chegar,
Das torturas de um cano,
Mas como diz o soberano,
Nem todo primeiro é o melhor

Machucaram-me sem dó,
Numa viagem muito longa,
Quase morto, mas vim à tona,
Pra sede me saciar.

Sou pequeno no tamanho,
Mas de grande admiração,
Sou um monstro em destruição.

E de pequena estatura,
Eu sou aquele pingo...
Que tanto bate quanto fura.

Flávio Lira

Fonte: Livro "Antologia dos Poetas Egipcienses" 
                           - Escola Oliveira Lima -

Cantigas e Cantos

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