Edinaldo Leite Gomes, filho de
Joventino Gomes Leite e Maria Pureza Nunes nasceu em 30 de março de 1957 na cidade de São José
do Egito – PE. Estudou o 1º grau no
Ginásio São José, no Colégio Édson Simões e na Escola Industrial no Distrito
Federal. Feito o 2º grau (parte em Recife, parte em Brasília), ingressou no
curso superior de odontologia, concluído em 1982 na Universidade Federal da
Paraíba.
Refere-se aos poetas da região
a nomes como Castro Alves, Cecília Meireles, Fernando Pessoa, José Régio e Florbela
Espanca como referência poética.
Participou a partir 1975,
através da “Festa Universitária”, de atividades e produções em teatro e poesia.
Critica a falta de apoio, divulgação e interação da sociedade em relação às
manifestações poéticas da região, considera “tímido” o trabalho das escolas no
sentido de promover um maior contato entre aluno e poesia.
Sobre o título Capital da
Poesia ostentado por São José do Egito, fala do bairrismo, embora destaque o
trabalho dos poetas repentistas, a quem acha que a cidade deve tal produção.
Fez esse soneto para Job
Patriota, que inventou de partir na véspera do dia da criança.
Quando um Mestre já não canta
Há
em tudo um vazio de esperança
Se
à véspera de tão solene evento
Não
soprasse aquela canção no vento
Dizendo
que partira uma criança
Há
em tudo a magia de uma dança
Escutai!
Os uivos, esse lamento
São
as musas, pra que no esquecimento
Não
se esqueçam de quem foi só lembrança
Há
em tudo um mormaço de lirismo
E
o poeta se encanta num abismo
Transmuta-se
numa figura santa.
Há
um dia seguinte, há um menino
Há
soluços no dia onde o destino
Anuncia
que um Mestre já não canta.
ANGÚSTIA
É
terrível a angústia que eu sinto
E
debruçado sobre a minha dor
Quando
a própria cor muda de cor
O
próprio instinto, não é mais instinto
Num
quadro irreal e indistinto
Os
punhos de um cruel demolidor
Massacram
o meu peito sofredor
Afogando-o
numa taça de absinto
A
lentidão apoderando-se à noite
Chicoteia
as eras em cortante açoite
Lacerando
a mente, me roubando a sorte
E
o instinto primário da sobrevivência
O
primeiro que vem da consciência
Já
não mais existe, desejo a morte.
Edinaldo
Leite
S.
José do Egito -PE
Fonte: Livro
"Antologia dos Poetas Egipcienses"
- Escola Oliveira Lima -
- Escola Oliveira Lima -
Cantigas e Cantos
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