Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Poesia: Cantadores do Repente "Belos Motes Em Decassílabos"




Belos Motes Em Decassílabos

 TENHO VIDA, MAS VIVO SEM VIVER
QUE A MALVADA DOENÇA ME CRUCIDA,
TENHO VIDA, MAS VIVO SEM TER VIDA
E SEM TER VIDA NÃO POSSO TER PRAZER.
HOJE EM DIA NÃO POSSO MAIS COMER
UM PEDAÇO DE PATO OU DE GUINÉ,
SE TOMAR UMA XÍCARA DE CAFÉ
É ACHANDO QUE AQUILO ME ENVENENA,
A MELHORA QUE SINTO É TÃO PEQUENA
QUE SOU DONO DO CORPO E NÃO DOU FÉ.

                                                            (ZEZÉ LULU)


No vagão da saudade eu tenho ido
Ver a casa que antes nasci nela
Uma lata de flores na janela
A parede de taipa, o chão varrido
Milho mole esperando ser moído
Numa máquina do veio enferrujado
Que a pesar da preguiça e do enfado
Mãe botava de pouco e eu moía
Vou no trem da saudade todo dia
Visitar o lugar que fui criado
                                (João Paraibano)
Pra quem ama saudade é mais que drama
É a lança cruel e agressiva
Que saudade não mata com missiva
Com bilhente nem carta e telegrama
Não importa o período de quem ama
Na segunda ou na terceira idade
O que falta é ter proximidade
Que o calor é quem mais ajunta a gente
Tenha amor queira bem e fique ausente
Pra saber quanto dói uma saudade

                                 (Ivanildo Vilanova)

A matuta faz fogo de graveto
"Freve" o leite que tem no caldeirão
Bota sal na panela do feijão
E assa um taco de bode num espeto
Onde a música do sapo é um soneto
Mais bonito da beira de um barreiro
Não precisa zabumba nem pandeiro
Que o compasso da música é Deus que toca
Quando chega o inverno Deus coloca
Mais fartura na mesa do roceiro

                                            (Valdir Teles)

Um rapaz embriagado
Entrou num salão de dança
Sem nenhuma segurança
Pendendo pra todo lado
O rosto todo melado
De óleo, terra e carvão
Fez um rabo de cordão
Parecia o satanás
Quer ver o que o ébrio faz
Não beba, preste atenção
                       (Cancão)

Eu acho que não convém
Falar de quem bebe porre
Porque se quem bebe morre
Sem beber morre também
Apenas quem bebe tem
Suas artérias normais
Trata das fossas nasais
Controla o metabolismo
Cachaça no organismo
É necessário demais
              (Manoel Filó)

Mote: “Não existe mais respeito
Nos namoros de hoje em dia


Rapaz que tem companheira
Não leva Salve Rainha
Mas leva uma camisinha
Escondida na carteira
Tira a roupa da parceira
Mama chega o peito esfria
Chupa na língua macia
Como quem chupa confeito
Não existe mais respeito
Nos namoros de hoje em dia

                     (Louro Branco)

 Branco, na minha trajetória
Neste mundo eu vi tudo que queria
No avanço da tecnologia
Vi o homem coberto de vitória
O Brasil assinando moratória
E vi governo vendendo continente
Vi Tancredo ganhar pra presidente
E deixar tudo nas mãos de Zé Sarney
Vi de tudo no mundo e não achei
Cantador pra cantar na minha frente

                                    (Zé Cardoso)

Vi um casal na calçada
Ela com ele abraçado
Ele na boca colado
Ela na língua enganchada
Uma velha admirada
Dizia: "Vixe Maria!"
E com tristeza dizia:
"Eu nunca fiz desse jeito"
Não existe mais respeito
Nos namoros de hoje em dia

                        (Zé Cardoso)

Você ao meu coração
Com a voz tem transformado
Quando estou angustiado
nas crises de depressão
basta pegar sua mão
Basta beijar seu rubor
Porque parece uma flor
Pedindo ao botão que cante
Sua voz é um calmante
Pra minhas crises de amor

               (Edmilson Ferreira)

A fraqueza da nossa profissão
É o verso que sempre você canta
Você tem pouca força na garganta
E pode até balançar a sua mão
Pode até remexer seu pescoção
E pode até agradar o pessoal
Mas só diz que você é genial
Quem não viu cantoria bem cantada
Essa sua cantiga é rejeitada
Que só carne de porco em hospital

 
                         (Antônio Lisboa)

Cantorias e Cordeis
Cantigas e Cantos

Nenhum comentário:

Postar um comentário