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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Música: Villa-Lobos popular brasileiro

Mario Adnet revisita Villa-Lobos com uma pegada popular, apoiado pelas vozes de Edu Lobo e Milton

A inspiração de Heitor Villa-Lobos na música tradicional e folclórica serviu de base para que, em 2000, o violonista e arranjador carioca Mario Adnet lançasse uma seleção de suas peças aos moldes de nossa música popular contemporânea, com violão, percussões e canto. Desta vez, ele percorre o caminho de volta, dando à obra de Villa-Lobos, ainda sobre essas bases de MPB, dimensão orquestral.

Joana Adnet, Milton Nascimento, Antonia Adnet e Mario Adnet no estúdio, durante a gravação

Só de olhar o set de instrumentistas que participam de "Um Olhar Sobre Villa-Lobos" (2013), novo projeto do violonista, imagina-se a qualidade do registro. Milton Nascimento, Edu Lobo, Mônica Salmaso, Paula Santoro, Muiza Adnet e o próprio Mario, revezando-se nas vozes. Na parte instrumental, figuras também da escola popular, como o violonista Yamandu Costa, o percussionista Armando Marçal, o flautista Teco Cardoso e o baixista cearense Jorge Helder se integram à orquestra de cordas do maestro Cláudio Cruz.

Do repertório do maestro, o disco inclui parte da série Bachianas, inspirada no folclore brasileiro e no estilo de J. S. Bach, choros, serestas e até macumba, em versões que incluem letras de Cacaso, Ferreira Gullar, Álvaro Moreyra, e Ribeiro Couto. Adnet, ainda que se furtando ao mérito, encontra um meio termo entre a música de feições erudita e a corrente já clássica da nossa música popular brasileira (como o próprio maestro se refere a Pixinguinha, Tom Jobim, Baden Pawell e companhia), diferente, por exemplo, das gravações com orquestras arregimentadas por Radamés Gnattali em tempos passados. Mais aproximado do que fez Gilberto Gil no ao vivo "Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo". "Um Olhar Sobre Villa-Lobos" (2013) sai pelo selo de Adnet, em parceria com o Borandá, incluindo 14 faixas e um belo encarte com letras, ficha técnica detalhada e fotografias das gravações. O disco é um dos finalistas da edição deste ano do "Prêmio da Música Brasileira" na categoria arranjador.

Músicas

No disco de 2000, "Villa-Lobos Coração Popular", o Adnet reuniu nomes como Guinga, Marcos Suzano, Zé Renato e Cláudio Nucci para dar uma interpretação enxuta, aos moldes do que se costumava gravar em discos de MPB. Os arranjos valorizavam o formato canção, sob base de percussões e violão, baixo, acordeom e, quando muito, um violoncelo.


O novo trabalho repete algumas do repertório anterior, mas com arranjos "revisados e ampliados". Músicas como "Estrela é Lua Nova", que em 2000, abria o disco com Guinga e Adnet nas vozes e violões e Marcos Suzano nas percussões, agora encerra, com violões de Yamandu e do próprio Mario, que também assume os vocais "O Villa é crossover. Ele pode ser tanto da sala de concerto como do jazz. O primeiro disco teve a proposta de dar um tom mais popular, de trazer para a música contemporânea brasileira (que não é mais popular, se você parar para pensar). Agora (no novo disco), já fiz sem nenhuma amarra, sem nada que me prendesse", detalha o arranjador.

"Estrela é Lua Nova" é exemplo ainda do contato originário da obra de Villa com a música popular tradicional. É baseada em um tema de domínio público, uma macumba registrada em 1919 sobre a qual o maestro assina a "ambientação". A música permanece, naturalmente, com um forte apelo à música popular, já tendo sido registrada anteriormente também em discos de Eliana Pittman (1969) e MPB-4 (1968).

Também do primeiro disco de Adnet, estão "Abril", com poesia de Ribeiro Couto; "Tristorosa", de Cacaso; "Realejo", de Alvaro Moreyra; e a instrumental "Caboclinha". O trabalho de adaptação dos arranjos concebidos de maneira erudita para o popular ficam claros em músicas como a "Dança (Martelo)", das série "Bachianas Brasileiras nº 5", onde o canto lírico dá lugar a voz Mônica Salmaso. Também ilustrando o caminho oposto, arranjos conhecidos de Edu Lobo para "O Trenzinho do Caipira", que ele lançou no disco "Camaleão" (1978) e aqui também a canta, ganham contornos menos comuns na MPB, com nove sopros, percussão piano, baixo acústico e a orquestra de 25 instrumentos de corda.

Projetos

Seria exagerado dizer que o trabalho de Adnet populariza Villa-Lobos. Mas, lança um novo olhar sobre a música do maestro. Nessa fusão de referências, apresenta um Villa-Lobos agradável aos admiradores de nossa clássica música popular, também ao público da música de câmara, sinfônica. O projeto foi apresentado no palco em São Paulo, com participação de grande orquestra. A quantidade de instrumentistas necessários dificulta, naturalmente, a circulação, embora, esteja nos planos do maestro. Por ora, ele anuncia que, em agosto, apresenta na Capital cearense o show da turnê "Jobim Jazz", com repertório de discos de 2007 e 2011 lançados com arranjos jazzísticos de canções de maestro da Bossa Nova.

FÁBIO MARQUES
REPÓRTER
Diário do Nordeste

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