segunda-feira, 27 de maio de 2013

Música: Elba Ramalho inicia turnê do álbum ‘Vambora lá cantar’, no NET Rio

Show de seu 31º álbum mistura  sucessos e novas canções, ritmos do Nordeste e outras levadas de samba e tango
 

No espetáculo, Elba canta hits como “Aconchego” e “Bate coração”.
Foto: Divulgação
RIO - Cinco meses após o lançamento de seu 31º álbum , “Vambora lá dançar”, Elba Ramalho estreia nesta segunda-feira, às 21h (voltando na terça-fiera), no Teatro NET Rio, o show completo do novo trabalho. Carregando o mesmo título do álbum, o espetáculo é marcado por canções que mesclam gêneros tipicamente nordestinos: forrós, xotes, cocos, frevos e maracatus, que são misturados a levadas de samba e tango, entre outros gêneros. A ideia da cantora é levar ao palco o clima de festa dançante que caracteriza o trabalho de estúdio.
— Em São Paulo, por exemplo, tinha planejado um roteiro, mas como não era um teatro, o clima foi esquentando, e a gente vai atendendo ao espírito do público — diz Elba.
O show começa quente, com três faixas do novo disco, “Embolar na areia” (Herbert Azul), “Deitar e rolar” (Antonio Barros e Cecéu) e “Frevo meio envergonhado” (Monique Kessous). Mas como as duas apresentações acontecem num teatro, com espectadores sentados na plateia, Elba também preparou momentos mais intimistas, emotivos.
— É um show de teatro, então vou poder seguir mais o roteiro que preparei, que é cantar algumas canções mais românticas, mais densas, como “Palavra de mulher”, “Todo sentimento” e também “Ave de prata”, que eu não cantava há muitos anos — diz Elba.


Ela refere-se à canção-título de seu primeiro disco, lançado em 1979. A faixa, composta por seu primo Zé Ramalho, ganha novos arranjos e atende a um antigo pedido dos fãs.
— Sempre me pediam para eu cantar essa música, mas eu não via muito sentido. Até que eu escutei a gravação do Filipe Catto e fiquei encantada. Depois cantamos juntos no palco, e decidi retrabalhar a canção — conta Elba. — Agora, é um dos momentos mais fortes do show, fizemos uma levada meio tango, com aquele sentimento do Zé. Ele fez a música para mim, eu estava começando a carreira. A gente vivia muito junto nessa época. Eu, Zé, e mais todo o pessoal do Ceará que estava chegando ao Rio. Era um cenário muito efervescente.
Histórias como essas e muitas outras serão contadas por Elba em cena. Entre blocos de canções, ela planeja repassar momentos importantes da sua trajetória artística, interpretando sucessos, sobretudo dos anos 1980, e revelando as histórias que os acompanham.
— Canto o CD novo, mas também os sucessos.
Ela fala de “Bate coração”, “Banho de cheiro”, “Gostoso demais”, “Chão de giz” e “Aconchego”, esta última assinada por Dominguinhos e Nando Cordel, que também compuseram juntos a atual música de trabalho de Elba, “Minha vida é te amar”, que faz parte da trilha sonora da novela “Flor do Caribe”, da TV Globo. Em seu mergulho ao passado, Elba remonta ao início da carreira, quando era uma atriz recém-chegada ao Rio de Janeiro e aceitava, ainda insegura do que representaria tal convite, participar da montagem de "Ópera do malandro", musical escrito por Chico Buarque em 1978.
— Minha carreira começou aí, com “Palavra de mulher”, que volto a cantar no show.
Chico também será escutado em faixas como “Não sonho mais”, incluída na trilha do filme “República dos assassinos”, dirigido por Miguel Faria em 1979, e também na canção que encerra o roteiro programado por Elba, “Folhetim”.
— Há uma década não cantava “Não sonho mais” — conta.
Outra que Elba retoma é “Súplica cearense” (Catulo da Paixão Cearense), que emenda com “Nordeste independente” (Bráulio Tavares e Ivanildo Vila Nova).
— Escolhi essas porque têm a ver com a seca que continua no sertão, mais um ano de sofrimento, de lamentos, de promessas não realizadas. Mas ao fim do roteiro tem sempre o momento em que o público comanda a festa.

Luiz Felipe Reis
O Globo

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