sexta-feira, 31 de maio de 2013

Cultura: Silvério Pessoa >> Religião e música: cantar com fé, eu vou

Silvério Pessoa é um dos músicos que mescla religião ao seu trabalho autoral e até ministrou curso sobre o tema em São Paulo e no Recife

Moacir Torres/Divulgação
Certas práticas espirituais e a música (ou as duas juntas) parecem ter o poder de nos enviar para outras realidades. Mais especificamente, para realidades subjetivas, do nosso próprio ser. No universo das artes, não é difícil encontrar quem caminhe por esses dois mundos. Silvério Pessoa é um desses artistas. O cantor ainda tem o diferencial de levar a questão da espiritualidade tão a sério ao ponto de criar um curso sobre as relações dessa com a música e fazer mestrado em Ciência da Religião na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
“Tenho uma hereditariedade religiosa profunda, mamãe era devota de Nossa Senhora da Conceição, fui crismado por Dom Helder Camara”, orgulha-se o músico, que mais tarde se encaminhou para o espiritismo. “Continuo indo a centros, contribuindo com o movimento espírita, mas, depois das experiências e das pesquisas na Ciência da Religião, me tornei mais universalista, um ecumênico”, define-se.
 “Discutir as contradições doutrinárias é algo que definitivamente não me interessa. Eu sou mais do diálogo e de tentar sempre estar aberto à compreensão. A violência e as guerras religiosas acontecem por tentativas de imposição de verdades. Isso me deixa perplexo”, ressalta o músico-pesquisador, que costuma conversar bastante com padres, pastores, pais de santo, entre outros religiosos. 
O ex-vocalista da banda Cascabulho chama a atenção para o fato de existirem inúmeras semelhanças entre manifestações religiosas e musicais. A comunhão de sentimentos seria um exemplo. E isso o interessa. Tanto que Silvério uniu seus conhecimentos musicais e religiosos e formatou o curso Música e religiosidade, ministrado neste mês de maio na Unicap.
“É uma coisa muito ampla, ecumênica, tem um certo pioneirismo que parte de questões relacionadas a cerimônias sagradas, aos simbolismos usados pelo Led Zeppelin, Raul Seixas, Slayer, Paulo Coelho, até chegar ao mercado religioso e aos artistas convertidos”. Em novembro passado, o mesmo curso foi ministrado em São Paulo, no Itaú Cultural, com plateia lotada.

AD Luna - Diarios Associados

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