Quando chove o sertão se enche de cores
Vira um grande painel de plantas belas
Canafístula de flores amarelas
Misturada aos arbustos multicores
Porém neste jardim com tantas flores
Quando a seca se achega e aquece o chão
Esmaece o verdor da região
Murcha a grama no solo ressequido
O NODESTE É UM QUADRO COLORIDO
ONDE O VERDE DESBOTA NO VERÃO.
Barauna apesar de resistente
No segundo semestre se escarpela
Aroeira, árvore nobre forte e bela
Com a seca se mostra decadente
Aveloz, uma planta ardosa e quente
Perde o viço por força do solão
Quixabeira da margem do grotão
Não sustentaum só ramo bem florido
O NORDESTE É UM QUADRO COLRIDO
ONDE O VERDE DESBOTA NO VERÃO
Só a árvore da margem do ribeiro
Que mantém a raiz em terra fresca
Oferece uma sombra pitoresca
Para o velho e astuto comboieiro
Que coduz sua tropa o ano inteiro
Sem mostrar desespero ou aflição
Comandando com resignação
os trabalhos de um povo destemido
O NORDESTE É UM QUADRO COLORIDO
ONDE O VERDE DESBOTA NO VERÃO.
Se desfolha no tempo da estiagem
Pocas coisas escapam na ramagem
Nesta terra de gente benfaseja
O sisal, a favela e a carqueja
Se transformam como o camaleão
Mudam as cores coforme a estação
Mas com chuva sai tudu retingido
O NORDESTE É UM QUADRO COLORIDO
ONDE O VERDE DESBOTA NO VERÃO
Quando a gente viaja andando a pé
Nas veredas do sertão nordestino
Em missão de romeiro pergrino
Para ver São Francisco em canindé
Nem o sol escaldante estraga a fé
Nem as nossas promessas ficam em vão
Mas se a chuva molhar todo sertão
Deixará nosso santo envaidecido
O NORDESTE É UM QUADRO COLORIDO
ONDE O VERDE DESBOTA NO VERÃO.
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