sábado, 20 de abril de 2013

Poesia: Lima Júnior, poeta declamador e escritor


Jacinto Antônio de Lima Júnior (Lima Júnior), poeta declamador e escritor, filho de  Jacinto Antônio de Lima e Maria José dos Santos Lima, de quem herdou a tendência poética sendo o nono filho numa família de dez irmãos. Nasceu no dia 29 de de dezembro de 1970,  na cidade de São José do Egito – PE, denominada “Berço imortal da poesia”, no sertão do Pajeú.
Ainda criança seguiu com os pais e irmãos para o estado da Bahia residindo em Juazeiro e Sobradinho, vindo a passar maior parte de sua infância em Jatobá-PE. Desde 1994 reside em Tuparetama-PE., onde fixou morada, cidade que lhe serviu de cenário para parte de sua vida e desenvolvimento dos seus trabalhos poéticos, nos quais expressa todo o seu amor pela cidade e pelo seu povo. Como um simples sertanejo, sem anéis ou diplomas, usa dos artifícios da alma para sentir e externar seus sentimentos e concepções.
(Texto extraído do seu Livro: “Uma cara de poesia & Uma coroa de sonetos”)


Despedida

De repente, o chão  não mais havia,
Nem a alma vestia o corpo atento.
O amargo na boca traduzia
O sabor da angústia do momento.

E o medo, invadia o pensamento,
E a dúvida das horas, consumia
O que belo esculpiu-se na magia
De um eterno instante sentimento.

Eu, rendido a incerteza de um depois.
Á Deus, não mais roguei pra nós dois
Outra vez, desfrutássemos do amor.

Mais roguei pra não vê-la ingerindo
Uma gota, da dor que estou sentindo,
Pra não vê-la morrer com tanta dor.



O silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras


Meu pecado maior foi ter-te feito
Soberana das minhas alegrias
Nas noitadas de sonhos e orgias
Pratiquei o meu crime no teu leito
Ingerindo o fel do preconceito
Fui à corte infernal das desventuras
Como um réu condenado a mil torturas
Sem promessas de ser absolvido
O silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Solidão desprezível, agoureira
Companheira fiel dos condenados
És a sombra dos fracos desprezados
Um fantasma rondando a cumeeira
Me perdi no percurso da ladeira
Do amor que abala as estruturas
E no campo minado das loucuras
Suicida me faço entorpecido
O silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Quando a noite desaba sobre o dia
Eu me deito na relva indefeso
O lençol que me cobre é o desprezo
E o pão que mastigo é a agonia
Não me resta um vestígio de alegria
Mas me sobra a essência das agruras
E a seiva cruel das aventuras
Me remete ao chão desfalecido
O silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras



Paisagem real que Deus pincela

Uma nuvem vazando sobre o monte
Como o pranto de um anjo sobre a terra
A natura vestiu de verde a serra
Pra beber na cascata do horizonte
Vem
a lua banhar-se lá na fonte
E a brisa sentindo inveja dela
Sopra forte apagando a imagem bela
Quando a noite adormece delirando
E o dia desperta bocejando
Na paisagem real que Deus pincela

Quando o vento assovia lá na praia
Açoitando as madeixas de um coqueiro
Da garganta do mar exala o cheiro
Onde o chão se desdobra e o mar desmaia
Uma onda nas pedras rasga a saia
Quando o sol ensang
uenta o firmamento
O castelo do céu na cor do vento
Se transforma em divina aquarela
Onde Deus se debruça na janela
Celebrando a magia do momento


Cantigas e Cantos
Blog Poeta Lima Júnior

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