A maioria dos seus versos não foram registrados,
ficaram na memória do povo. Tinha como características principais as respostas
cômicas a seus contedores e espantosa rapidez no improviso. No final da década
de 1930, ao retornar de uma viagem, participa de uma cantoria com um antigo
parceiro e este indaga como fora a andança.
Antônio Marinho responde: "Eu só fui a
Espinharas/Porque a precisão obriga/Mas fui com muita saudade/Daquela nossa
cantiga/Minha saudade era tanta..." Neste instante, Marinho foi obrigado a
tossir, porque estava com bronquite. Tossiu e concluiu: "...Que a tosse
não quer que eu diga." O poeta era conhecido como a "Águia do
Sertão".
Interpoética
Segue duas
estrofes desse grande e saudoso poeta
“A natureza tomou
Tudo quanto tinha dado”
Tudo quanto tinha dado”
Foram os
prazeres de outrora
Que passaram de
momento
E tenho como
pagamento
As
consequências d’agora.
Na minha vida
uma hora
Pra mim é fardo
pesado;
Há um tempo
sentenciado
Quem me prendeu
não datou
A natureza
tomou
Tudo quanto
tinha dado.
Sem conforto, sem defesa,
Vivo, mas quase morrendo;
Semimorto, mas vivendo
Por mercê da natureza,
Nesta vida de incerteza
A recordar o passado;
Lamentando meu estado,
Quem já fui, hoje quem sou:
A natureza tomou
Tudo quanto tinha dado.
Vivo, mas quase morrendo;
Semimorto, mas vivendo
Por mercê da natureza,
Nesta vida de incerteza
A recordar o passado;
Lamentando meu estado,
Quem já fui, hoje quem sou:
A natureza tomou
Tudo quanto tinha dado.
O
poema completo consta no livro “Antônio Marinho do Nascimento” de Ivo Mascena
Veras.
Fonte: PE-AZInterpoética
Excelente poesia
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