André Matos, ex-vocalista de Viper, Angra e Shaman, não deixou ninguém parado ao longo do show dividido em duas partes |
A primeira atração a subir ao palco foi a Vocífera, banda de Death Metal pernambucana formada exclusivamente por mulheres. Desde quando começaram a divulgar seu som, as meninas têm chamado a atenção.
Leandro Oliveira, 29, saiu de Limoeiro no interior do Ceará exclusivamente para o festival. E, além dos germânicos do Sodom, a banda que ele mais esperava ver era a Vocífera. "Estou curioso para ver o show. Escutei algumas músicas e estou ansioso para ver ao vivo", afirmou. E Angela Metal, Erika Mota (aniversariante do dia), Marcella Tiné, Lidiane Pereira e Amanda Salviano fizeram jus às expectativas, com um show impecável, demonstrando em cima do palco a mesma ferocidade e pegada que se ouvem nas gravações de estúdio. Abrindo muitas rodas ao longo de seus 26 minutos de show, a Vocífera agitou bastante o pequeno público que chegou cedo ao Chevrolet Hall e teve a oportunidade de ver uma grande apresentação.
sinal), foi lançado recentemente.
Dando sequência à nova safra da música pesada, o Abril Pro Rock abriu seus palcos para a revelação potiguar Kataphero. Já com um público maior no recinto, a banda chamava a atenção pelo seu visual, com todos os integrantes vestidos com roupas camufladas. E o cuidado dos caras não ficava apenas na questão da imagem. O som, com influências de death metal melódico e industrial, foi responsável por várias rodas e por muito bate cabeça. Riffs potentes, bateria agressiva, boas linhas vocais e o som épico saindo dos samples agradaram em cheio à galera que se concentrava em frente ao palco. Em sua segunda passagem pelo Recife, a Kataphero deixou seu nome marcado.
Passadas as revelações, foi a vez da primeira atração internacional da noite. Os punks californianos do Fang subiram ao palco às 20h36 e em cerca de meia hora de show, conseguiram atrair a atenção do público, que nitidamente não conhecia bem a banda. O vocalista Sam McBride ainda arriscou algumas palavras em português, como um "eu te amo Recife".
Depois do show, McBride circulou pela pista do Chevrolet Hall, sentindo o clima do festival. "Esse tipo de evento crossover é espetacular! É muito bom poder dividir o mesmo palco com bandas de punk, hardcore e metal", comentou ao Diario. "A maioria das pessoas não nos conhecia, mas fizemos o nosso show e o público respondeu muito bem", celebrou..
Moyses Kolesne, da banda gaúcha Krisiun, destilou uma sequência de músicas que invocaram o melhor do heavy metal |
Celebrando 25 anos de existência e voltando ao festival que se confunde com sua própria história após 12 anos de ausência, os pernambucanos do Devotos colocaram todos para "arrúdia" com seu punk rock/hardcore lá do Alto José do Pinho. Mantendo a marca de seus shows, os Devotos não deixaram ninguém parado e várias rodas se formaram ao longo dos 52 minutos de apresentação. Canibal, vocalista da banda, não escondia a felicidade de se apresentar novamente no Abril Pro Rock. "É como se fosse a primeira vez", declarou.
Admirador da banda, o historiador André Luiz, 30, mostrou-se satisfeito em poder ver o Devotos no Abril. "A primeira vez que vim ao festival teve Devotos, em 1998. Entrar na roda dos caras é sempre sensacional!", disse.
Pouco antes das 22h30 subia ao palco uma das principais atrações da noite, a lendária banda de punk rock norte-americana Dead Kennedys. Ao soar dos primeiros acordes, o público que estava em frente ao palco foi ao delírio.
Liderados por East Bay Ray e Klaus Flouride, os californianos apresentaram um repertório recheado de clássicos do punk rock. Com o performático vocalista Skip agitando a galera, hinos como "Nazi Punks Fuck Off", "California Uber Alles" agitaram os fãs. Mas o ponto alto, sem dúvida, foi a última música dos cerca de 50 minutos de apresentação. "Holyday in Cambodia", ícone da atitude punk, um clássico não da história do rock. O público geral cantou o refrão e o
vocalista Skip terminou a performance no meio da galera.
De uma banda símbolo do punk para os reis do brutal death metal. Três minutos separaram o fim do show do Dead Kennedys para o início da apresentação dos gaúchos do Krisiun. Com um som perfeito, o power trio formado pelos irmãos Alex Camargo, Max Kolesne e Moyses Kolesne destilou uma sequência de verdadeira ode ao mais extremo dos subgêneros do heavy metal. Honrados por estarem pela terceira vez no Abril Pro Rock, "um dos melhores festivais do mundo", segundo o vocalista Alex Camargo, os gaúchos fizeram com que todo o Chevrolet Hall batesse cabeça incessantemente e abrissem rodas brutais no meio da pista.
Foi a primeira banda a ser verdadeiramente ovacionada, escutando a plateia gritar "Krisiun, Krisiun, Krisiun" constantemente ao fim de cada música. Entre os clássicos do brutal death metal, os irmãos ainda encontraram espaço no setlist para homenagear os amigos "das antigas" de Pernambuco, como a banda Decomposed God. E veio "No Class", cover do Motorhead. Foram 55 minutos de pura brutalidade!
Ícones e um dos pioneiros do thrash metal germânico, o Sodom, uma das atrações mais aguardadas da noite, deixou o público ansioso com os 25 minutos de espera (o maior lapso temporal entre um show e outro de todo o evento). A expectativa, entretanto, foi recompensada já nos primeiros riffs do clássico "In War And Peaces", emendado por uma sequência matadora com "Sodomy and Lust", "CM-16 (Napalm...)" e a pedrada "Outbreak of Evil". Dominando por completo o público, o Sodom mandou ver o seu thrash metal agressivo, com a porrada comendo no centro, abrindo várias rodas. O lendário Tom Angelripper, vocalista e baixista, mostrou grande presença de palco em excelente performance. Quando anunciou o clássico "Agent Orange", colocou todo mundo para gritar em alto e bom som "Orange!". Por fim, a não menos clássica "Remember the Fallen", cujo refrão foi cantado em uníssono.
Quando o Sodom terminou sua apresentação, já passava de 1h30 da madrugada do domingo. Grande parte do público se retirou do local. Apenas os verdadeiros fãs de André Matos e do metal melódico permaneceram no Chevrolet Hall para prestigiarem um dos maiores vocalistas do heavy metal mundial. Mas os que ficaram, comprovaram o velho ditado - foram poucos, mas bons. Com sua peculiar presença de palco, André Matos coordenou uma das melhores apresentações da noite, presenteando os resistentes. Regendo o público, o ex-vocalista de Viper, Angra e Shaman não deixou ninguém parado ao longo do show dividido em duas partes.
Na primeira, músicas de sua carreira solo, em divulgação do álbum "The Turn of The Lights", do Shaman e do Viper. Destaque para a balada "Fairy Tale", do Shaman, emocionando os fãs que cantaram do primeiro ao último segundo da música. Além do clássico do Viper, "Living for the Night", que em muitos momentos foi abafada pelo público em êxtase.
Depois de uma breve pausa, André Matos e banda voltam para o palco e iniciam a tão aguardada segunda parte do show. Em celebração aos 20 anos de lançamento do álbum "Angels Cry", do Angra, os músicos apresentaram cinco faixas deste clássico do metal melódico. Desnecessário dizer que a galera foi à loucura ao som de "Carry On", "Time", "Streets of Tomorrow" e "Evil Warning", cantando todas as canções e deixando o vocalista nitidamente entusiasmado e satisfeito. Depois de quase nove horas do mais puro punk, hardcore e metal, André Matos fechou com chave de ouro a 21ª edição do Abril Pro Rock. Que venha "a noite do peso" de 2014!
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