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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Música: A ditadura da vaidade de Roberto Carlos

Quem é o maior censor do Brasil? Esse cara sou eu, diria o cantor que tenta vetar a circulação de um livro pela terceira vez

Roberto Carlos no show em comemoração do seu aniversário de 71 anos, no Maracanãzinho, Rio de janeiro

 Na última década, houve uma grande operação para salvar Roberto Carlos da pecha de brega. Começou com Caetano Veloso, sempre ávido por encontrar um valor oculto na música não popular, mas popularesca, e continuou com roqueiros e outros artistas jovens gravando tributos e prestando homenagens ao cantor, alçado novamente à condição de “bacana”. Bem, estavam todos errados. Roberto Carlos é mesmo o suprassumo do brega. Não pelo cabelo, não pelo jeito de cantar, não pela pieguice de sua música – mas pelos pecados bem mais graves da mesquinharia, da truculência e do autoritarismo.

Pela terceira vez, Roberto Carlos foi à Justiça impedir a circulação de um livro. A historiadora Maíra Zimmermann ousou citar o músico em sua dissertação de mestrado sobre a influência da Jovem Guarda no comportamento e no consumo adolescente – sem pedir a autorização daquele que se vale do apelido de “rei” da música nacional. Não deu outra: o grande censor voltou a agir, à revelia de colegas como Wanderlea, que elogia o trabalho de Maíra na contra-capa deJovem Guarda: Moda, Música e Juventude, mostrando que, em vez de “rei”, Roberto Carlos é mesmo um ditador.


Em uma notificação extrajudicial emitida por seu advogado, Marco Antonio Bezerra Campos, o músico exige a retirada do título das lojas por conter informações sobre a sua vida pessoal em passagens que o colocam como líder do chamado iê-iê-iê, nos anos 1960. Depois, o advogado deixou escapar que, na verdade, Roberto Carlos estrilou com a ilustração da capa do livro, uma caricatura em que aparece ao lado de Ternurinha e Erasmo Carlos, e com o fato de não ter sido consultado pela pesquisadora.

Esse traço autoritário vem de longa data. Não se está falando das suas constrangedoras – e desnecessárias – saudações ao ditador chileno Augusto Pinochet num festival musical, nem de seu possível apoio à repressão no Brasil, como sugerem documentos confidenciais do Centro de Informações do Exército revelados recentemente. Esses são assuntos para um historiador, quem sabe, analisar no futuro.

Trata-se do fato de que em 1979 Roberto Carlos mandou tirar das livrarias as memórias de seu ex-mordomo, Nichollas Mariano, intituladas O Rei e Eu. E de que mais recentemente, em 2006, a editora Planeta teve de se desfazer dos mais de 10.000 exemplares que restavam em seu depósito do título Roberto Carlos em Detalhes, uma biografia feita com esmero durante anos por um fã, o historiador Paulo César de Araújo. 

É verdade que o pedido do autor para que a biografia fosse tirada das lojas encontra respaldo na lei – mais precisamente, num artigo do Código Civil sobre direito à imagem – e por essa razão foi acolhido pela Justiça. Mas isso não invalida o ponto de partida: Roberto Carlos é o artista que pôs a engrenagem do Judiciário em movimento para impedir as ideias de circular no país. O que poderia ser mais brega? 

Carlos Graieb
Revista Veja

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