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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Mestre Chico de Dedês, um gozador nato de Ouro Velho

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Seu nome de pia era Francisco Bernardo de Menezes, famoso nas regiões do Cariri-PB e Pajeú-PE, como Chico de Dedês, de quem ouvi falar e contar histórias desde que me entendo por gente. Nasceu no sitio Olho d´gua, no município de Ouro Velho, antigo Boi Véi, na Paraíba, em 08 de março de 1930.
Infelizmente veio a falecer nesta segunda, dia 22, na mesma cidade onde nasceu e viveu a vida toda.
Chico pertencia a família Bernardo de Menezes, da qual também sou descendente por parte de pai e mãe, e tenho muito orgulho em ser seu parente com tanta consangüinidade. Meu pai, Manoel Filó, foi grande amigo de Chico e parceiro em noitadas de cantorias, forrós e prosas.
Era um desses sertanejos, de recursos parcos, mas de riqueza de caráter, honestidade, ética e moral, inestimável. Conhecido e reconhecido por todos da região onde passou a vida. Era também característica sua, a prosa, cheia de improviso, presença de espírito e inteligência, em inúmeras tiradas. Um gozador nato.
Tive a honra de conhecer, e conviver, com o Mestre Chico de Dedês – Dedês apelido de sua mãe, que teve vários filhos. Em uma ocasião, ajudava Felizardo Moura, filho do Mestre Zé de Cazuza, na realização de um festival de repentistas na Prata-PB, cidade vizinha e coirmã de Ouro Velho. Estávamos recolhendo objetos antigos para decoração do palco – ferro de passar a brasa, um quadro do Coração de Jesus, bancos de madeira compridos… – quando encontramos Chico na praça de Ouro Velho;
- Chico, tu num tem uns troços antigos pra ajudar a gente não?
- Tem uma conta minha no bar de Cláudio, se quiserem levar!

Texto:: Jorge Flló


A MISSA DA CABRA

Chico tinha uma cabra ladrona que tava entrando no roçado de um sujeito lá perto dos Olhos Dágua aonde ele morava. Um dia na feira do Boi Velho o camarada encontrou-se com ele e pediu providências e Chico prometou dar um jeito.
Na outra semana , outra reclamação:
- Mas Chico, será que vai ser preciso eu ir pra polícia?
- Pode deixar Fulano, que não vai mais acontecer.
Dois dias depois o cabra encontrou Chico:
- Chico, assim não dá, você tem que dar um jeito nessa cabra!
Chico respondeu :
- Agora meu velho, a única coisa que eu posso fazer é rezar uma missa pra alma dela pois eu já matei a coitada, vendi o couro e até já comi a buchada.

Chico, que já vinha doente, passou mal e foi levado pra Monteiro. Lá o médico, depois de examiná-lo, recomendou:
- Seu Chico eu vou mandar aplicar um soro no senhor.
E Chico respondeu:
- Doutor, eu prefiro que o senhor me dê o leite ou o queijo, o soro não vai resolver meu problema não.
Melhorou e voltou pros Olhos Dágua. Dois dias foi de novo pra Monteiro.
Dessa vez , não voltou mais.
Aí , todos os olhos do lugar se encheram d’água com a sua partida.


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RESPOSTAS LIGEIRAS

Nas veredas;
- Chico, tu viu umas cabeças de bode correndo por ai?
- Se tivesse visto quem tava correndo era eu!

Um conselho
- Chico, meu irmão agora quando bebe sai correndo pru meio do mato. O que é que eu faço?
- Amarra um chocalho nele!

Pagando as contas
- Chico, se tu ganhasse na loteria tu fazia o que?
- Pagava umas contas de bar que eu tenho.
- E com o resto?
- Eu pagava quando ganhasse de novo!

Descansado
Batem na sua porta:
- O que é?
- Uma esmolinha!
- Passe por debaixo da porta!

Esperando a deixa
Admirando o açude novo do patrão;
- E eu ainda vou levantar o paredão dois metros!
- Ai a água vai embora todinha por baixo!
Este era o Mestre Chico de Dedês. Mas um gênio que se despede do mundo terreno!




Fonte: No pé da parede
           Extraído do JBF...

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