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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Documentário: Recifense » Bezerra da Silva: Malandro é quem sabe o que quer

Foto: RioFilme/Divulgacao

Poucos imaginam que na Rua Manoel Carvalho, no bairro dos Aflitos, hoje tomada por edifícios, José Bezerra da Silva viveu seus últimos anos no Recife. O futuro rei do partido alto, mestre entre os sambistas do Rio de Janeiro, teria nascido na capital pernambucana em 23 de fevereiro de 1927. Supõe-se. “Até o dia do meu aniversário é complicado”, revelou à professora Letícia Vianna, autora do livro Bezerra da Silva, produto do morro (Zahar Editora, 1999). A mãe, Hercília Pereira da Silva, defendia uma outra data, enquanto o pai, Alexandrino Bezerra da Silva, oficializou em documento a adotada por Bezerra.

A discordância ia além de um registro de nascimento. A contragosto da família, Hercília, bordadeira, uniu-se a Alexandrino, um oficial da Marinha Mercante. Com dois filhos no colo, José e Vanda, viu o marido abandoná-la para morar no Rio de Janeiro e constituir uma nova família. “As crianças foram criadas com uma imagem negativa do pai”, lembra Letícia Vianna. Quando não estava na escola, José trabalhava carregando água. Dos bordados da mãe vinha a maior parte do sustento da família. Às vezes faltava. A irmã de Hercília ajudava com doações.


“A minha infância não foi brincadeira”, resgatou Bezerra à autora de sua biografia. José dividia os trabalhos com o irmão, fruto do segundo casamento da mãe. A relação entre o futuro sambista e o padastro era conflituosa. Foi em meio ao cenário oposto que o garoto despertou para a música. “Gostava de cantar. Mas dentro da minha família, que só conhecia trabalho, ninguém admitia esse negócio. Música era coisa de vagabundo”. Em entrevista, Letícia lembra que Bezerra “levou muita surra” por causa de sua vontade de cantar.

Não desistiu. Com a ajuda de um amigo, aprendeu a tocar trompete. Foi o primeiro instrumento que dominou. A pressão da família só cresceu. Foi quando resolveu seguir os passos do pai e ir para a Marinha Mercante. Serviu por volta de dois anos, quando foi abusado sexualmente por um superior e o desacatou.

“Na Marinha Mercante só tem veado”, teria gritado durante uma solenidade oficial antes de ser expulso. A rejeição da família se agravou. José seguiu para o Rio de Janeiro, clandestinamente em um navio de açúcar “com a roupa do corpo, uma calça enrolada no braço e dez conto”. Tinha 15 anos.

Velhos problemas
No Rio, morou por uma semana com a família do pai, mas foi expulso, sob o argumento de que teria ido “somente atrasar a vida” do genitor. Foi para o Cantagalo, onde viveu por 20 anos e aprendeu o samba de partido alto. Em 1950, foi convidado para trabalhar como percussionista na Rádio Clube Brasil. Chegou a ser detido pela polícia incríveis 21 vezes. Não respondeu a nenhum processo.

Entre as décadas de 1950 e 1960, chegou a mendigar. Depois, retormou a carreira. Só viria gravar o primeiro LP, pela Tapecar, em 1970, graças à ajuda de Beth Carvalho. O disco Bezerra da Silva, o rei do coco, foi lançando em 1975. Um ano depois, chegou ao mercado o Volume 2. Vinis disputados nos sebos, estão novamente disponíveis em CD graças ao pesquisador Marcelo Fróes e o seu selo Discobertas. Não demorou para o intérprete de um ritmo tipicamente pernambucano ingressar no mundo do samba carioca, virando o porta-voz das favelas, recorte bem traduzido no documentário Onde a coruja dorme (2012).


 Assista ao Vídeo:
Bezerra da Silva - Onde Coruja não dorme

Camila Souza
DP 

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