Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.
Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.
Texto: Gilberto Lopes
Criador do Blog.
domingo, 14 de abril de 2013
Cinema: Filme baseado em canção de Renato Russo vira fenômeno
RIO - Em 48 horas no
YouTube, onde foi postado às 18h da última terça-feira, o trailer do
longa-metragem “Faroeste caboclo”, que estreia no dia 30 de maio, virou um
fenômeno do cinema brasileiro, contabilizando o recorde de 1,5 milhão de
acessos. Dirigida pelo estreante René Sampaio, roteirizada com base na canção
composta por Renato Russo (1960-1996) e gravada pela Legião Urbana, a produção
de R$ 8 milhões teve uma projeção que só blockbusters hollywoodianos — padrão
“Vingadores” — atingem em período tão curto. No mesmo prazo, o trailer de
“Tropa de elite 2”, recordista nacional de bilheteria dos últimos 40 anos, com
11,2 milhões de pagantes, teve 930 mil visualizações.— As questões que Renato levantou ainda
estão vivas. E ninguém mais toca nelas. É por isso que esse filme mobiliza as
pessoas: ele é um grito contra a exclusão de classe e de cor — palpita Fabrício
Boliveira, que vive João de Santo Cristo, o bandido “destemido e temido no
Distrito Federal”.
Nem o campeão nacional de bilheteria do
ano, “De pernas pro ar 2”, com 4,8 milhões de ingressos vendidos, mobilizou
tantos internautas quanto o vídeo de “Faroeste caboclo”: no YouTube, o trailer
da comédia com Ingrid Guimarães registra cerca de 910 mil views desde
sua estreia, em dezembro.
— Na internet, um vídeo com 300 mil
acessos num dia já é um sucesso. Mas um trailer que passa de um milhão tão
rápido é um fenômeno, sobretudo num momento em que a febre da web no Brasil são
os vídeos do Porta dos Fundos, com cerca de 3 milhões de views semanais
— diz o analista de mídias sociais Hélio Eduardo Lopes, lembrando que filmes
como “Bruna Surfistinha” (2011) e “Meu nome não é Johnny” (2008), vistos por
cerca de 2 milhões de pagantes cada, também mobilizaram atenções na rede com
seus trailers. — Quem faz cinema e quer existir no imaginário juvenil precisa
falar primeiro com a internet.
O GLOBO teve acesso a trechos do filme,
que aposta alto na adrenalina em sequências de perseguição e tiroteio. Mas o
apelo do longa — que traz Boliveira, Isis Valverde e Felipe Abib, num triângulo
regado a drogas e sangue — vem sendo atribuído não à violência e sim à mítica
em torno da música.
— Por ser musicado com a canção de
Renato Russo, o conteúdo do trailer de “Faroeste caboclo” é visto como
entretenimento. Quem busca a canção acaba remetido ao trailer, o que ajuda a
dar visibilidade — diz o especialista em distribuição digital Fábio Lima. — Não
há garantia de que isso se converta em bilheteria. Mas estamos falando de um
projeto em torno de uma marca que tem uma base de fãs enorme.
A estratégia das produtoras e dos
distribuidores foi dosar o grau de exposição do filme na web em diferentes
etapas.
— Criamos um site, antes de filmar, o
www.faroestecaboclo. com.br, que documenta cada etapa do projeto como se fosse
uma faculdade de cinema. Acabamos de rodar e paramos de alimentá-lo até o
lançamento do trailer (que começa a ser exibido nos cinemas na sexta-feira) —
explica Bianca De Felippes, uma das produtoras do longa. — Agora, vamos fazer
mais ações nas redes sociais, como sorteios.
Comentários postados
Em dois dias, dois mil comentários
foram postados no vídeo, mostrando o interesse pelas cenas rodadas na capital
do Brasil, em Goiás e no interior de São Paulo, fotografadas por Gustavo Hadba.
Há até quem compare o filme com o western tarantinesco “Django livre”, por ter
como protagonista um vingador negro.
— Santo Cristo é o herói desse Brasil
que vem mudando economicamente, dando voz a quem não podia se expressar. Em
“Faroeste caboclo”, Renato criou a saga de um brasileiro que tenta escrever sua
história, apesar das limitações de sua origem social — diz Sampaio, diretor de
quase 450 filmes publicitários e dos curtas “Antes do fim” (1997), “Sinistro”,
“Contatos” (ambos de 2000) e “O homem” (2007).
Nas tela, Santo Cristo (Boliveira, da microssérie
“Suburbia”) começa a vender “bagulho bom” para os boys de Brasília,
sob as ordens de seu primo, Pablo (o uruguaio César Troncoso). Perseguido por
um policial corrupto (Antonio Calloni), ele se esconde no apartamento da
estudante Maria Lúcia (Isis), “menina linda” a quem jura seu amor.
— Não faço a Maria Lúcia de todos. Fiz
a minha, a partir de uma canção que sempre me fez chorar. Uma canção que
sintetizou questões de toda uma geração — diz Isis.
“Rockonha”
Conforme o amor do casal criado por
Renato Russo cresce, Santo Cristo é obrigado a usar sua Winchester 22 para
combater Jeremias (Felipe Abib), o “maconheiro sem-vergonha” que “desvirginava
mocinhas inocentes”. É Jeremias quem sustenta o vício dos dependentes químicos
de Brasília. E é ele quem organiza a Rockonha, festa estranha com gente
esquisita que faz toda a cidade dançar. Estabelecido como um barão da cocaína
na capital, Jeremias usa seus contatos ilegais na polícia local (incluindo
Marco Aurélio, personagem de Antonio Calloni) para enfrentar Pablo e Santo
Cristo, submetido a “violência e estupro de seu corpo”. É nesse momento que
Maria Lúcia se coloca entre os dois.
— Pensei muito em Sam Peckinpah antes
de rodar. Mas, no set, a influência foi o novo cinema latino-americano. Um
cinema feito por gente que viu muito filme americano e muito filme europeu e
aproveita o melhor dessas duas referências em um olhar sobre a realidade
brasileira — diz Sampaio.
Seu roteiro, ambientado entre 1979 e
1981, foi escrito por Marcos Bernstein e Victor Atherino, com consultoria do
escritor Paulo Lins, autor de “Cidade de Deus”.
— A música (composta em 1979 e
gravada no disco “Que país é este?”, de 1987) é cheia de tiros e duelos,
mas eu não quis supervalorizar a brutalidade. Embora o roteiro seja fiel à
música, preservando seus eventos, existe um retrato de uma cidade — diz
Sampaio. — Somos carentes de uma ficção brasiliense que consiga chegar a um
público amplo, levando um olhar sobre a geração que marcou, pela arte, a
capital do país e mostrou que estamos além da corrupção.
Último papel de Marcos Paulo
Cenas de amor pautadas pelo lirismo
diminuem fronteiras econômicas entre Santo Cristo e sua amada, filha de um
senador interpretado pelo ator e diretor Marcos Paulo (1951-2012), que fez em
“Faroeste” seu último papel nas telas.
— O que a gente leva às telas é um exercício de autoconhecimento sobre o
Brasil a partir da imagem de um negro que simboliza os operários que
construíram a capital do país — diz Fabrício Boliveira. — A Legião Urbana surge
em meio à diáspora pop de grupos que partiram de Brasília e ganharam o Brasil,
fazendo do rock uma ideologia. É essa força do passado que “Faroeste...”
recria. E ela chega como uma bandeira de afirmação das diferenças em meio à
grita nacional contra Feliciano (o presidente da Comissão de Direitos
Humanos e Minorias da Câmara, Pastor Marco Feliciano), contra a
intransigência
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