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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 17 de março de 2013

MÚSICA: Depósitos das gravadoras guardam clássicos esquecidos

Mais do que simples curiosidade para fãs, alguns bootlegs são itens de grande valor artístico

O cantor Neil Young tem 11 álbuns na gaveta: um prato cheio para o mercado de discos não-oficiais

É possível dizer, com segurança, que boa parte dos bootlegs traz material com qualidade aquém do necessário para merecer a atenção de quem não é fã roxo de um artista. A maioria é - para usar uma palavra dura - irrelevante. O mundo da música poderia passar bem sem eles.

Importante salientar, no entanto, que "maioria" não é o mesmo que a "totalidade". E, pasmem, existem sim bootlegs que são fundamentais e, para ser honesto, difícil de entender porque ainda não ganharam versões oficiais, com som restaurado e produção bem acabada.

Caso emblemático é o de Neil Young. O cantor e compositor canadense, de 67 anos, é um dos mais produtivos medalhões do pop.­ Sua discografia conta 37 discos de estúdio. Não obstante, ele já gravou 11 que, por motivos variados, nunca tiveram a sua aprovação final. Alguns destes "bastardos" já vazaram e foram lançados em edições piratas.

O caso mais famoso é o de "Homegrown" (1975). O disco foi gravado em um bom estúdio, mixado e produzido. Ganhou até arte para a capa. O problema foi um estranho método de aprovação inventado pelo cantor. Em uma festa para amigos, ele tocou na íntegra o disco e "Tonight´s the Night", álbum registrado um pouco antes de "Homegrown". Os amigos escolheriam o melhor e seria este aquele que veria a luz do dia, enquanto o outro iria para a gaveta. Ser o menos brilhante não faz do álbum preterido um disco ruim. Na verdade, é um produto da melhor fase de Neil Young e, sem dúvidas, faz falta em sua extensa discografia.

O beatle Paul McCartney também abandonou um disco no meio do caminho. "Hot Hitz and Kold Kutz" seria uma espécie de bootleg oficial, reunindo sobras de estúdio do começo da década de 1970. Gestado em 1974, o projeto foi engavetado, mas acabou aparecendo em versões não oficiais, nos anos 70 e 80, com o título "Cold Cuts". Mais tarde, Paul brincaria de bootleger. Em 1987, ele lançou "Snova v SSSR", um disco exclusivo para o mercado soviético e independente de sua gravadora. Era um presente aos fãs da antiga URSS, que tinham dificuldade de obter seus álbuns. Nele, Paul reinterpreta antigos clássicos do rock e do R&B - numa proposta similar ao "Rock ´N´ Roll" (1975), de John Lennon. Só em 1991, o álbum ganhou uma versão "regularizada", disponível no resto do mundo. Macca ainda daria a seu acústico MTV, "Unplugged" (1991), o subtítulo de "oficial bootleg".

Com David Bowie, a situação foi diferente. O camaleão do rock gravou, no começo da década passada, "Toy", um disco com 14 faixas, divididas entre canções novas e releituras de músicas do cantor antes da fama. Em um chat com fãs, Bowie disse que o disco estava pronto e só esperava a resolução de um imbróglio da gravadora para anunciar seu lançamento. Este, nunca aconteceu. Quando lançou "Heaten", em 2002, ele aproveitou três músicas do projeto. Para alegria dos fãs, "Toy" apareceu na internet há dois anos e ganhou caprichadas edições físicas.

"12 Hits from Hell" foi gravado na primeira fase dos Misfits. O grupo punk acabou abandonando o projeto e, pouco tempo depois, encerrou suas atividades. A gravadora Caroline Records tentou lançar o álbum em 2001, mas os antigos integrantes Glenn Danzig e Jerry Only impediram do projeto ir adiante. Eles implicaram com a masterização, a mixagem, o encarte e as notas. Alguns cópias tinham até sido enviadas para a imprensa. Hoje, valem uma fortuna em leilões virtuais. Parte das canções saíram em EPs, coletâneas e box-sets. Na integra, só em bootleg.

Encontros

Outra caso famoso de inédito precioso é o das sessões de Bob Dylan com o ídolo country Johnny Cash, em Nashville, 1969. Os dois artistas encontravam-se em momentos de transição em suas carreira. Coincidentemente, preparavam seus novos álbuns no mesmo estúdio. Resolveram trabalhar uns dias em conjunto, acompanhados pela banda de Cash e do pioneiro do rock Carl Perkins. Do encontro, apenas uma canção foi aproveitada, a versão de "Girl from the North Country", do segundo álbum de Dylan, que o mesmo incluiu em "Nashville Skyline" (1969).

Juntos, Cash e Dylan regravaram uma porção de sucessos, como "Walk the line" e "Ring of Fire", do repertório do homem de preto; e a tradicional "You Are My Sunshine". O bootleg é excelente, ainda que o som não seja perfeito. Ele costuma ser completado por faixas ao vivo, tiradas do programa de TV que Cash tinha à época. Curioso que, apesar de Dylan e do espólio de Cash possuírem séries de lançamento de "bootlegs oficiais", nenhum dos dois tenha chegado lançá-lo em CD.

Outra parceria que têm qualidade para ver a luz do dia é de membros do Nine Inch Nails com Peter Murphy, ex-vocalista do Bauhaus. É o sonho de consumo de qualquer fã de rock gótico. Murphy cantou versões dos grandes sucessos do NIN; Trent Reznor ajudou na reinterpretação de clássicos do Bauhaus. Juntos ainda tocaram "Nightclubbing", de Iggy Pop, e "Dead Souls", "24 Hours", "Warsaw" e "Athmosphere", dos patriarcas do gótico, Joy Division. As sessões rolaram no bakcstage do NIN, em 2006. Reznor sempre apoiou que os fãs fizessem circular, livremente, esse tipo de material.

Show

Madonna também tem uma discografia paralela que os fãs sonham em ver lançada oficialmente. Gravado no Japão, durante a turnê de 1990, "Blonde Ambition" ganhou naquele ano versões em VHS e Laser Disc (espécie de DVD que não vingou). Não ganhou reedição em DVD e acabou sendo lançado por selos de bootleg. Trechos do concerto podem ser vistos no documentário "Na cama com Madonna" (1991), que teve melhor sorte e ganhou reedições.

Outro pirata com ares de oficial é o registro do último show da "Re-Invention Tour". Gravado em setembro de 2004, teve partes incluídas no documentário sobre os bastidores da turnê, "I´m going to tell you a secret" (2006), com direção de Jonas Åkerlund. O show foi todo editado e ficou pronto para o lançamento, que nunca aconteceu. Vazou e ganhou versões bootleg, além de circular em sites de download e no YouTube. (DR)


O (quase) inédito de Rita Lee

Rita Lee fez em "Cilibrinas do Éden" (1972) um esboço do som que a levaria ao topo das paradas com o Tutti Frutti

No site de vendas Mercado Live, uma edição do CD "Cilibrinas do Eden", único álbum do duo homônimo, não sai por menos de R$ 400. A edição é europeia, de 2008, e contou com apenas 500 cópias numeradas, prensado graças a um grupo de fãs brasileiros. O disco é o caso mais famoso de um bootleg que merecia ganhar uma versão definitiva e oficial.

As tais Cilibrinas eram Rita Lee, recém saída dos Mutantes, e Lúci Turnbull, guitarrista que chegou a integrar o Tutti Frutti, a banda de apoio de Rita nos anos 70. No começo dos anos 70, a cantora não estava sintonizada com os irmãos Dias Baptista, empenhados em levar os Mutantes da psicodelia dos anos 60 para o rock progressivo, marco da década seguinte. Rita então bolou um projeto paralelo: uma banda formada apenas por mulheres. No fim, ela não conseguiu formar o grupo e ainda acabou expulsa de sua antiga banda.

Com a amiga Lúcia, formou uma dupla que tomou o caminho oposto ao trilhado pelos Mutantes: faziam um rock leve, com influências de glam e folk. Apesar de não terem ido bem ao vivo (num show de estreia que contou com a má vontade dos fãs dos Mutantes), as duas resolveram gravar um álbum para a Philips, em 1972. Não existe uma versão oficial para o LP não ter sido lançado - dizem que a qualidade ficou aquém da esperada pelo presidente da gravadora, André Midani. Das 10 canções que aparecem no disco, quatro foram reaproveitadas por Rita Lee, em novas gravações, com arranjos e letras um pouco diferentes. "Nessa altura dos acontecimentos" era uma 
das duas inéditas da coletânea "O Melhor de Rita Lee" (1981); "Gente fina é outra coisa" deu origem a "Locomotivas" e "Bad Trip" a "Shangri-lá". "Mamãe Natureza" entrou repertório do segundo solo de Rita, "Atrás do porto tem uma cidade" 
(1974). (DR)
Diário do Nordeste

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