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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 20 de março de 2013

MÚSICA / CRÍTICA: Sintetizadores marcam o decepcionante quinto disco dos Strokes

Capa do disco 'Comedown machine', do Strokes Foto: DivulgaçãoRIO - Parece simples agora: os Strokes não são uma banda para casar. Pode ser duro admitir, mas basta rever os sinais, que sempre estiveram por toda a parte. Um desgaste que vem se acumulando desde aquele efêmero brilho inicial, chamado “Is this it”, lançado em 2001.

A partir dali, a promessa de melhores dias nunca se concretizou. A cada novo lançamento, uma decepção, seguida pela torcida para que da vez seguinte desse certo, que tudo iria voltar a ser como antes. E agora, com a proximidade de “Comedown machine” — previsto para chegar às lojas no próximo dia 26 —, o quinto disco de uma carreira marcada mais pela presunção do que pela dedicação, o grupo nem se esforça mais para manter as aparências e esconder o clima ruim: para ele, nada de entrevistas e nada de fotos novas. Pior, os Strokes parecem ter virado uma outra pessoa: Julian Casablancas.
Dói também ver o primeiro vídeo extraído do disco, de uma de suas melhores músicas. Em tom de nostalgia (para alguns, de despedida), “All the time” mostra Casablancas, Albert Hammond Jr., Nick Valensi, Nikolai Fraiture e o brasileiro Fabrizio Moretti em alegres imagens de arquivo, na estrada, no estúdio, na televisão, no palco, ao longo de mais de uma década de atividade. Dói porque o penúltimo disco, o fracote “Angles” (2011), foi lançado em meio a inúmeras tensões internas, com o vocalista isolado dos demais e as brigas dando o tom das gravações.
E não era para ser assim, acreditavam os milhões de fãs que se derreteram de amores pelo grupo quando “Is this it” foi lançado. Num ano marcado pela dor do 11 de Setembro, o disco soava como uma redenção em formato de rock de garagem. Suas 11 músicas eram marcadas pela poderosa simplicidade de suas guitarras, por uma sonoridade retrô que remetia ao Velvet Underground e pela voz algo blasé de Casablancas (filho de John Casablancas, da agência de modelos Elite). O pacote era completado por um visual cheio de estilo, com bonés, calças skinny e tênis All Star. Há tempos ninguém vestia jaquetas de couro com tanta propriedade.
Mas um bom começo, pose e atitude não bastam. O show do grupo no Planeta Terra, em São Paulo, há dois anos, foi emblemático: lá estava um grupo estático, sem carisma, montado em sua própria imagem e em seu passado de uma única glória. A apresentação, fria e unidimensional, revelava músicos que não evoluíram como instrumentistas nem como performers. Como se manter apaixonado assim?
Repleto de sintetizadores, “Comedown machine” mostra os Strokes preguiçosamente seguindo a onda do seu frontman. Em diversos momentos, o disco mais parece o segundo álbum solo de Casablanca, com seu inócuo flerte com a new wave e os sons oitentistas, do que com o som que marcou os Strokes. O mais constrangedor deles é a faixa “One way trigger”, que muitos por aqui viram como uma estranha incursão pelo tecnobrega, mas que soa mesmo como uma bad trip “inspirada” pelo A-Ha e marcada pelo falsete invasivo de Casablancas.
O resto do disco tem mais baixos do que altos. “50 50” é uma aventura no caminho certo: as guitarras, afiadas e nervosas, cercando a voz de Casablancas, enterrada pela mixagem. “Tap out”, que abre o disco, começa com a promessa de guitarras distorcidas, mas acaba lembrando um lado B do Blondie. Desprovida de personalidade, “Welcome to Japan” poderia estar em qualquer disco do Duran Duran. E “80’s comedown machine” é doce demais para quem dava a impressão de andar no lado selvagem da música. É sinal, não muito claro, de que os Strokes estão em busca de novos fãs. Luz verde, então, para seus antigos amores partirem para outra também. Afinal, ninguém nessa relação fala mais a mesma língua.

CARLOS ALBUQUERQUE
O Globo

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