segunda-feira, 18 de março de 2013

MÚCICA / SHOW: O canto de Zizi segue magnetizando plateias

Zizi está completando 35 anos de carreira. Mesmo sem trabalhos badalados, se mantém em forma

Zizi está completando 35 anos de carreira. Mesmo sem trabalhos badalados, segue magnetizando plateias (Ronaldo Aguiar/Divulgação)Ainda que fosse meia horinha de show, já seria um privilégio. Isso porque nem todo dia Zizi Possi canta Pedaço de mim, obra-prima de Chico Buarque para Ópera do Malandro, que ela gravou inicialmente, em dueto com ele, para o "long play" lançado pelo compositor em 1978.

Do mesmo modo, nem sempre é comum vê-la resgatando canções do tempo em que reinava nas FMs, caso de Asa morena e Caminho de sol, dois dos seus maiores sucessos do início dos anos 1980, ainda antes da fase menos comercial e mais erudita adotada por ela.

Mas o espetáculo apresentado por Zizi no Teatro da Caixa no último sábado no Recife, teve mais. Bem mais. Em 1h40 de apresentação, ela mostrou a excelência de sempre: entregou-se a cada sílaba, a cada nota. Subiu e desceu a voz em agudos, graves e semitons, sempre na medida exata. Levou gente às lágrimas. Aliás, ela própria emocionou-se ao cantar O que é, o que é?, de Gonzaguinha.

Zizi se apresentou acompanhada do maestro e pianista Jether Garotti Jr, parceiro de longa data. Juntos, como de costume, os dois tiraram o máximo de cada canção. O show foi aberto com Disparada (Geraldo Vandré e Theo), seguida de Volver a los diecisiete (Violeta Parra), clássicos do repertório do CD Puro prazer, de 2000. Interpretações arrebatadoras. 

Na sequência, vieram outras canções do mesmo trabalho (que, na realidade, é um seleção de regravações). Entre elas Luiza (Tom Jobim), Sobre todas as coisas (Chico Buarque e Edu Lobo), Viver, amar, valeu (Gonzaguinha), Rebento (Gilberto Gil), Meu erro (Herbert Vianna) e Eu te amo (Chico e Tom).

De outras fases, destaque para Per amore (Mariella Nava), de Per amore (1997), Yesterday (Lennon e McCartney), do CD Bossa (2001) e Fly me to the moon (Bart Howard) e I don't wanna talk about it (Danny Ray Whitten), de Para inglês ver e ouvir (2005) – as duas últimas canções marcaram os repertórios de Frank Sinatra e Rod Stewart.

Como se constata, ela não fez o show anunciado no programa do projeto Caixa Cultural – Tudo se transformou, que traria músicas de Paulinho da Viola, Arnaldo Antunes e Noel Rosa. Do set list previsto, apenas a linda Cacos de amor, composição da filha Luiza Possi e do pernambucano Dudu Falcão. Certamente, esse espetáculo ficará para uma próxima.

Zizi está completando 35 anos de carreira. Mesmo sem trabalhos badalados, se mantém em forma para magnetizar plateias com seu canto apurado. Merece voltar  sempre e, se possível, para casas maiores. No projeto Caixa Cultural, ela fez quatro shows, entre quinta e sábado, num espaço para privilegiados 92 espectadores.Quem conseguiu um dos disputados ingressos, viu de muito perto uma cantora que sabe exatamente o que fazer no palco e principalmente com a bela voz.

 Diário de Pernambuco

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