Na época dos povos conquistadores greco-romanos, fenícios, cartagineses, saxões, etc, a literatura de cordel já existia, tendo chegado à Península Ibérica (Portugal e Espanha) por volta do século XVI. Na Península a literatura de cordel recebeu os nomes de "pliegos sueltos" (Espanha) e "folhas soltas" ou "volantes" (Portugal). Florescente, principalmente, na área que se estende da Bahia ao Maranhão esta maravilhosa manifestação da inteligência brasileira merecerá no futuro, um estudo mais profundo e criterioso de suas peculiaridades particulares.
O grande mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que nos emprestou régua e compasso para a produção da literatura de cordel, foi de extrema sinceridade quando afirmou na peleja de Riachão com o Diabo, escrita e editada em 1899:
"Esta peleja que fiz
não foi por mim inventada,
um velho daquela época
a tem ainda gravada
minhas aqui são as rimas
exceto elas, mais nada."
Máquina usada pelo poeta
Raimundo Santa Helena
Oriunda de Portugal, a literatura de
cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na
Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali se irradiou para os demais estados
do Nordeste. A pergunta que mais inquieta e intriga os nossos pesquisadores é
"Por que exatamente no nordeste?". A resposta não está distante do
raciocínio livre nem dos domínios da razão. Como é sabido, a primeira capital
da nação foi Salvador, ponto de convergência natural de todas as culturas,
permanecendo assim até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro.
Foram esses bardos do improviso os
precursores da literatura de cordel escrita. Os registros são muito vagos, sem
consistência confiável, de repentistas ou violeiros antes de Manoel Riachão ou
Mergulhão, mas Leandro Gomes de Barros, nascido no dia 19 de novembro de 1865,
teria escrito a peleja de Manoel Riachão com o Diabo, em fins do século passado.
Sua afirmação, na última estrofe desta peleja (ver em detalhe) é um rico
documento, pois evidencia a não contemporaneidade do Riachão com o rei dos
autores da literatura de cordel. Ele nos dá um amplo sentido de longa distância
ao afirmar: "Um velho daquela época a tem ainda gravada".
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