quarta-feira, 3 de junho de 2015

Poesia: "Que meu pai me criou fazendo calo Na ferrugem das cordas da viola", um mote glosado por Ton Oliveira


"Que meu pai me criou fazendo calo
Na ferrugem das cordas da viola"

(Em homenagem feita ao seu pai, o poeta Juvenal Oliveira)

Meu pai foi poeta repentista
Que lutou calejando suas mãos
Sustentou eu, mamãe e dois irmãos
Na difícil carreira de artista
Um valente, um herói, um otimista
Que tirando seus versos da sacola
Construiu de Repente a minha escola
E foi assim que aprendi a admirá-lo
O meu pai me criou fazendo calo
Na ferrugem das cordas da viola

Nas cantigas e grandes festivais
Divulgou a cultura em alto nível
Cantador de uma voz inconfundível
Que lutou pelos próprios ideais
Quando eu penso na falta que ele faz
Vem a dor da saudade e me assola
Minha voz quer falhar, a língua cola
Mais é cheio de orgulho que eu falo
Que meu pai me criou fazendo calo
Na ferrugem das cordas da viola.


Ton Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário