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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Poesia: "O resadô", um poema de Pompílio Diniz

O RESADÔ
Seu dotô eu num lhe engano,
Eu tenho mais de trinta ano
Que moro neste lugá,
Dou-lhe a palavra de home,
Se num qué morrê de fome,
Vá vivê na capitá…
Aqui no nosso sertão
Essa história de injeção
O pessoá tem receio…
E vosmicê cuma é novo
E num cunhece esse povo,
Eu vou lhe dá um conseio…
Quando o dotô receitá
Nun mande a rôpa tirá,
Pruque nossa gente acha
Qui essas coisa é muito feia…
E o cabra morre na peia
Mas a rôpa, ele num baxa!
A coisa aqui é isquisita,
O povo num aquerdita
Im receita de dotô…
Já é custume da gente,
Quando arguém está duente
Chamá logo o rezadô…
Se o cabra tá muribundo
Manda chamá Zé Reimundo
Qui é resadô diligente
E a todo mundo socorre.
Quando reza, ou o cabra morre
Ou fica bom de repente!
Cum fé no coração
E tres gaio de pinhão
Tres vez rezano incruzado,
Lhe agaranto, Zé Reimundo
Dexa quarqué muribundo
Bonzinho, forte e corado.
Voismicê que tá me ouvino
Se pensa que eu tô mentino,
Pode crê que tá inganado!
Pra qui o sinhô se convença,
Vô lhe contá as duença
Que o resadô tem curado:
Panariça e sete côro,
Ferida braba e friêra,
Murdidura de bisoro,
O má de izipra e cocêra,
E tudo quanto é ferida,
Dô de ispinela caída,
Garganta inchada e papêra.
Dô de dente, istalicido,
Dô nas costa, istambo inchado,
Dô de cabeça e zumbido,
Ança, ingasgo, dô do lado,
Quarqué ispéce de dô,
Zé Reimundo resadô
Muita gente tem curado!…
Cum ele num tem gogó.
Essa história de agunia,
Quebrando, oiado, três-só,
Injôo, manicunia,
Sarna, bixeira e sarampo,
Ligero qui nem relampo,
Cura da noite pru dia…
Murdida de cacavé,
Jararaca e salamandra,
O sujeito teno fé,
Essas coisa num lhe ispanta!
Zé Reimundo bota a mão,
E na merma ocasião
O duente se alevanta!…
Purisso que o pessuá
Só precura Zé Reimundo!
Ele aqui, nesse lugá,
É premero, sem segundo…
Inquanto houvé resadô
Ninguém liga pra dotô,
Nem qui venha do otro mundo.
Pois o próprio Zé Reimundo,
No tempo que aqui chegô,
Mostrava pra todo mundo
Seu diproma de dotô…
E quaje morre de fome!
precisô mudá de nome
E trená pra resadô!…
Pompílio Diniz

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