O nosso canto vem de longas trajetórias
Das caminhadas
que antepassados fizeram.
Existe um eco de
tudo que compuseram
Qu’inda ressoa
enquanto evoco estas histórias.
Constrói-se ao
longo de derrotas e de glórias
Tantas
conquistas perdas e perseguições .
E desde sempre
são presentes as canções
De amor, de
guerra, de esperança e de amizade;
Pois era em
versos que falavam da saudade
Do que deixaram,
a desbravar este rincões.
É desta saga de
poetas viajantes,
De longas
terras, que chegaram no sertão
E já traziam,
inserida à tradição,
A poesia improvisada
em tons cantantes.
Eles já vinham
com a cultura de bem antes,
De ver, no
simples, a inspiração e o tema.
Matéria prima de
compor tanto poema.
Dessa maneira
iam nascendo os versos seus
Dentre esses
povos, vêm, da costa, alguns judeus
Que adotaram como
mãe a Borborema.
Vem junto a isso
muita força cultural
Que a região a
Borborema faz brotar.
É bem comum
vários poetas encontrar,
Que a poesia
flui de forma natural.
O nosso Alto
Pajeú tem esse astral
Por ser começo
da subida dessa serra.
Sugere um tema
até um bode quando berra
Que até seu
berro soa mais metrificado.
De um simples
fato pode um verso ser glosado.
Só sabe disto
que é filho desta terra.
Nesta
ascendência, desde João Nunes da Costa,
Um bom judeu que
se amparou lá em Teixeira,
Dá nova fase a
essa saga verdadeira
E sustentáculo a
toda história que hoje é posta.
Poder saber da
nossa gente a gente gosta.
D’antes de nós,
tantos artistas violeiros,
Que eram, na
arte do improviso, os mais ligeiros
Como Nicandro,
Nicodemos e Agostinho.
Jorravam versos
nos abraços com o pinho,
Como só fazem
repentistas verdadeiros.
Desta maneira,
há uma leva de artista que faz
Que faz do verso
sua guia pro destino.
Leandro Gomes de
Barros e Ugolino
Do Sabuji,
Francisco das Chagas Batista
Que consagrou-se
grandioso cordelista
E desde cedo já
sabia a sua sina
Achando pouco se
casou com Ugolina
Pra
reforçarem-se os laços com esses dois.
Alguns encontros
dos quais viemos depois.
Desde esse
antes, a poesia nos destina.
Depois daquela
geração de violeiros
Viram outros
menestréis, mestres das rimas.
A geração de
Otacílio, Louro e Dimas
Sequenciou
Marinho e Pinto do Monteiro.
Toda semente se
plantou nesse terreiro
De terra fértil,
ainda mais, bem adubada.
Teria, então,
que ser assim a nossa estrada,
Feita de um
canto, pra chegar a toda parte,
Este caminho e
objetivo que é a arte,
A mais constante
companheira da jornada.
É deste curso
que toda essa história vem.
De além mar
vieram nossos ancestrais.
E misturaram-se,
aqui, com outros mais,
Dando-se os traços
que essa nossa gente tem.
Os descendentes
desses povos vêm também
Como envolvidos
numa espécie de magia.
Por gerações o
cantador perduraria
A fazer versos
com a mais forte verve sua.
Nesta sequência
é que a gente continua
Levando a vida
sempre Em Canto e Poesia.
Greg Marinho.
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