terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

A POESIA DE GREG MARINHO


A POESIA DE GREG MARINHO

O nosso canto vem de longas trajetórias
Das caminhadas que antepassados fizeram.
Existe um eco de tudo que compuseram
Qu’inda ressoa enquanto evoco estas histórias.
Constrói-se ao longo de derrotas e de glórias
Tantas conquistas perdas e perseguições .
E desde sempre são presentes as canções
De amor, de guerra, de esperança e de amizade;
Pois era em versos que falavam da saudade
Do que deixaram, a desbravar este rincões.
 
É desta saga de poetas viajantes,
De longas terras, que chegaram no sertão
E já traziam, inserida à tradição,
A poesia improvisada em tons cantantes.
Eles já vinham com a cultura de bem antes,
De ver, no simples, a inspiração e o tema.
Matéria prima de compor tanto poema.
Dessa maneira iam nascendo os versos seus
Dentre esses povos, vêm, da costa, alguns judeus
Que adotaram como mãe a Borborema.
 
Vem junto a isso muita força cultural
Que a região a Borborema faz brotar.
É bem comum vários poetas encontrar,
Que a poesia flui de forma natural.
O nosso Alto Pajeú tem esse astral
Por ser começo da subida dessa serra.
Sugere um tema até um bode quando berra
Que até seu berro soa mais metrificado.
De um simples fato pode um verso ser glosado.
Só sabe disto que é filho desta terra.
 
Nesta ascendência, desde João Nunes da Costa,
Um bom judeu que se amparou lá em Teixeira,
Dá nova fase a essa saga verdadeira
E sustentáculo a toda história que hoje é posta.
Poder saber da nossa gente a gente gosta.
D’antes de nós, tantos artistas violeiros,
Que eram, na arte do improviso, os mais ligeiros
Como Nicandro, Nicodemos e Agostinho.
Jorravam versos nos abraços com o pinho,
Como só fazem repentistas verdadeiros.
 
Desta maneira, há uma leva de artista que faz
Que faz do verso sua guia pro destino.
Leandro Gomes de Barros e Ugolino
Do Sabuji, Francisco das Chagas Batista
Que consagrou-se grandioso cordelista
E desde cedo já sabia a sua sina
Achando pouco se casou com Ugolina
Pra reforçarem-se os laços com esses dois.
Alguns encontros dos quais viemos depois.
Desde esse antes, a poesia nos destina.
 
Depois daquela geração de violeiros
Viram outros menestréis, mestres das rimas.
A geração de Otacílio, Louro e Dimas
Sequenciou Marinho e Pinto do Monteiro.
Toda semente se plantou nesse terreiro
De terra fértil, ainda mais, bem adubada.
Teria, então, que ser assim a nossa estrada,
Feita de um canto, pra chegar a toda parte,
Este caminho e objetivo que é a arte,
A mais constante companheira da jornada.
 
É deste curso que toda essa história vem.
De além mar vieram nossos ancestrais.
E misturaram-se, aqui, com outros mais,
Dando-se os traços que essa nossa gente tem.
Os descendentes desses povos vêm também
Como envolvidos numa espécie de magia.
Por gerações o cantador perduraria
A fazer versos com a mais forte verve sua.
Nesta sequência é que a gente continua
Levando a vida sempre Em Canto e Poesia.
 
Greg Marinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário