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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Poesia: "Quer ver o que o ébrio faz Não beba, preste atenção", um poema de Antônio Carneiro


"QUER VER O QUE O ÉBRIO FAZ

NÃO BEBA, PRESTE ATENÇÃO"
 
Depois de dez carraspanas
Tendo o sal por tira gosto
Salgando todo o desgosto
Das intempéries mundanas.
Troca o sal pelas chanfanas
Come, bebe e mela a mão
Matando a desilusão
"Resmunga" com o satanás
"Quer ver o que o ébrio faz
Não beba, preste atenção".
 
Num balcão de cabaré
Ele encosta e pede uma
Paga, bebe, pisa e ruma
Tropeça no próprio pé.
Nesse ambiente ralé
Arranja uma confusão
Quebra cadeira e balcão
E perde o seu vale gás
"Quer ver o que o ébrio faz
Não beba, preste atenção".
 
Com converseiro comprido
Começa a dialogar
Gagueja ao tagarelar
Suado e todo encardido.
Depois que cai dá gemido
Se apoia na própria mão
Levanta e leva empurrão
E cai de novo pra trás
"Quer ver o que o ébrio faz
Não beba, preste atenção".
 
Um motorista coitado
Tomou um litro de cana
Se mandou pra Americana
Errando com seu Estado.
Depois voltou ao Cerrado
Foi parar no Jalapão
Segurou na direção
Chegou em Minas Gerais
"Quer ver o que o ébrio faz
Não beba, preste atenção".
 
Quem bebe, bebe sabendo
Que beber não tem futuro
Cai de mole e fica duro
E já sai do bar devendo.
Quem continua bebendo
Não junta nenhum tostão
Gasta centavo e milhão
Seu muito nunca é demais
"Quer ver o que o ébrio faz
Não beba, preste atenção".
 
Entra dentro da igreja
Conversa com todo santo
Sopra vela e puxa manto
Derruba toda bandeja.
Depois começa a peleja
Discutindo com São João
Promete a Frei Damião
E dialoga com Caifas
"Quer ver o que o ébrio faz
Não beba, preste atenção".
 
E tem o bebum valente
Adepto de uma briga
Arruma logo uma intriga
Por ser muito insistente.
Já tem outro diferente
E esse Não briga não
Bebe e chora por paixão
Pois ela não lhe quer mais
"Quer ver o que o ébrio faz
Não beba, preste atenção".
 
Tem também o arrependido
Por ter deixado a mulher
E esse bebe o que vier
Pois vive desiludido.
E depois de ter bebido
Cachaça, Rum, Alcatrão
Cerveja, Vodka e Pancão
Vem os sonhos surreais
"Quer ver o que o ébrio faz
"Não beba, preste atenção"...
 
Glosas: Poeta Antônio Carneiro

Mote: Poeta João Batista de Siqueira(Cancão)      

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