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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Aldir Blanc, compositor e escritor, morre de Covid-19 no Rio

 Ele estava internado no Hospital Pedro Ernesto, em Vila Isabel. Blanc é autor de vasta obra musical e literária, como 'O Bêbado e a Equilibrista', 'Resposta ao Tempo' e 'Linha de Passe'
O compositor e escritor Aldir Blanc foi diagnosticado com Covid-19 — Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
O compositor e escritor Aldir Blanc foi diagnosticado com Covid-19 — Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
O compositor e escritor Aldir Blanc, de 73 anos, morreu de Covid-19, na madrugada desta segunda-feira (4), no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio.

Blanc é autor de vasta obra musical e literária, como "O Bêbado e a Equilibrista", feita com João Bosco e eternizada na voz de Elis Regina.

No dia 10 de abril, o compositor deu entrada na CER do Leblon com infecção urinária e pneumonia, que evoluíram para um quadro de infecção generalizada.
Cinco dias depois, a partir de uma campanha de amigos e artistas para conseguir um leito na rede pública de saúde do Rio, Blanc foi transferido para o Hospital Pedro Ernesto.
Na unidade, chegou a apresentar sinais de melhoras, mas como seu estado era muito grave, foi mantido sedado o tempo inteiro.


Aldir Blanc deixa composições que marcaram a vida e a história dos brasileiros. O menino nascido no Estácio, Centro do Rio, era um observador das ruas, poeta da vida e da cidade. Captava a alma do subúrbio.
Virou também cronista e em suas histórias revelava paixões, como o bairro de Vila Isabel, onde passou a infância, o time Vasco da Gama, e o carnaval.
Blanc batizou também um dos mais tradicionais blocos do Rio, o "Simpatia é Quase Amor", que desfila há anos em Ipanema, na Zona Sul.

Troca de medicina pela música

 

Aldir Blanc Mendes nasceu no Rio de Janeiro, no dia 2 setembro de 1946. Em 1966, ingressou na Faculdade de Medicina, especializando-se em psiquiatria. Em 1973, abandonou o curso para dedicar-se exclusivamente à música, tornando-se um dos mais importantes compositores de Música Popular Brasileira (MPB).

Uma de suas canções mais famosas, “O Bêbado e a Equilibrista”, feita em parceria com João Bosco, ficou eternizada na voz de Elis Regina.
Outras composições famosas são “Bala com Bala”, “O Mestre-Sala dos Mares”, “De Frente Pro Crime” e “Caça à Raposa”.

A obra de Blanc reúne, ainda, dezenas de canções conhecidas, feitas em parceria com outros ilustres artistas, como Moacyr Luz, Maurício Tapajós, Paulo Emílio, Carlos Lyra, Guinga, Edu Lobo, Wagner Tiso, César Costa Filho, Cristóvão Bastos, Roberto Menescal, Ivan Lins, entre outros.

O começo

 

Aos 18 anos, Blanc ganhou uma bateria e, pouco depois, formou o grupo Rio Bossa Trio. Em 1968, conheceu o parceiro Sílvio da Silva Júnior. Dois anos mais tarde, a primeira composição da dupla, “Amigo É pra Essas Coisas”, é gravada pelo grupo MPB-4.

Na mesma época, ao lado de outros compositores, como Ivan Lins, Gonzaguinha e Marco Aurélio, funda o Movimento Artístico Universitário (MAU), e torna-se conhecido por criar e integrar associações ligadas à defesa dos direitos autorais. É um dos fundadores da Sociedade Musical Brasileira (Sombras) - responsável pela arrecadação de direitos autorais -, da Sociedade de Artistas e Compositores Independentes (Saci) e da Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes (Amar).

“Ela”, sua composição em parceria com César Costa Filho, foi gravada por Elis Regina, em 1971. No ano seguinte, a cantora grava “Bala com Bala”, parceria com João Bosco, e a canção “Agnus Sei” é lançada no Disco de Bolso, compacto que acompanha o jornal O Pasquim.

Aldir Blanc e João Bosco recebem o Prêmio Shell de Música durante cerimônia e show realizado no Teatro Carlos Gomes, no centro do Rio de Janeiro, em novembro de 2004 — Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo/Arquivo
Aldir Blanc e João Bosco recebem o Prêmio Shell de Música durante cerimônia e show realizado no Teatro Carlos Gomes, no centro do Rio de Janeiro, em novembro de 2004 — Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo/Arquivo

Em 1973, Elis grava ainda várias outras músicas da dupla Bosco e Blanc, como “O Caçador de Esmeralda” e “Cabaré e Comadre”. Um ano depois, em outro LP, Elis grava outros sucessos da dupla, como “O Mestre-Sala dos Mares”, “Caça à Raposa” e “Dois pra Lá, Dois pra Cá”. E em 1979, “O Bêbado e a Equilibrista”, um dos maiores sucessos de sua carreira.

Em 1996, o disco comemorativo “Aldir Blanc - 50 Anos”, em homenagem ao compositor, reuniu várias participações especiais, entre elas, Betinho ao lado do MPB4, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.
O álbum reúne, também, letras e melodias com Guinga, Moacyr Luz, Cristóvão Bastos e Ivan Lins.

Com Bosco, emplacou algumas canções na trilha de abertura de novelas e séries, como “Doces Olheiras” (na novela Gabriela, da TV Globo, em 1975), “Visconde de Sabugosa” (para O Sítio do Pica-Pau Amarelo, em 1977), “Coração Agreste” (em Tieta, de 1979), “Confins” (em Renascer, de 1993), “Suave Veneno” (na novela homônima, de 1999), “Chocolate com Pimenta” (tema de novela homônima, em 2003), “Bijuterias” (para a minissérie “O Astro”, no remake de 2011).

O cronista Aldir Blanc

 

Blanc era também cronista, reconhecido pelas bem-humoradas histórias e personagens da Zona Norte do Rio.
Publicou vários livros, entre eles "Rua dos Artistas e Arredores" (Ed. Codecri, 1978); "Porta de tinturaria" (1981), "Brasil passado a sujo" (Ed. Geração, 1993); "Vila Isabel - Inventário de infância" (Ed. Relume-Dumará, 1996), e "Um cara bacana na 19ª" (Ed. Record, 1996), com crônicas, contos e desenhos.
Contribuiu, ainda, com crônicas para os jornais O Dia, O Estado de São Paulo e O Globo.

Por Alba Valéria Mendonça, Cláudia Loureiro e Edimílson Ávila, G1 Rio e TV Globo

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