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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 8 de março de 2020

Conheça a história da itapetinense que perdeu a visão aos nove anos de idade e hoje é bailarina e professora de balé em São Paulo

“UM DIA MINHA MÃE ENTROU NO QUARTO DO HOSPITAL E PEDI PARA ELA ACENDER A LUZ, ELA RESPONDEU QUE A LUZ ESTAVA ACESA, DIANTE DISSO PEDI PARA ABRIR A JANELA, A REPOSTA FOI QUE A MESMA ESTAVA ABERTA, FOI NESTE MOMENTO QUE ELA PERCEBEU QUE EU ESTAVA PERDENDO A VISÃO.”

A declaração é de quem teve a visão interrompida ainda na infância. Geyza Kerle Silva de Oliveira nasceu em 09 de setembro de 1985 no Sítio Cacimbinha – zona rural de Itapetim, no Sertão do Pajeú, em Pernambuco.
·        Devido a uma Meningite por Criptococose, Geyza sofreu uma atrofia nos nervos ópticos e perdeu a visão aos nove anos de idade no ano de 1994. Na época que começou a sentir os sintomas da doença foi imediatamente submetida a orientações médicas em Pernambuco e Paraíba, mas nenhum profissional conseguiu diagnosticar o problema que colocava a vida dela em risco.

·        “Infelizmente nenhum profissional naquela época estava ciente do que poderia ser o problema, fui diagnosticada até como louca, para ter um tratamento de ficar isolada em um quarto escuro”, lembra.
·        A mãe, Gilvani Pereira da Silva, preocupada com a saúde da filha não desistiu de buscar uma resposta para o problema. Foi aí que a família viajou para São Paulo para tentar encontrar a cura da infecção até então desconhecida.

·        Muito debilitada e pesando apenas 19 kg com 9 anos, Geyza conta que ouviu de um médico na capital paulista a resposta de que ele não era Deus para fazer milagre, referindo-se ao quadro de saúde da paciente. A situação só começou a mudar depois que uma médica ficou sabendo do caso e resolveu interná-la. Após três meses de internação e muitos exames veio o diagnóstico seguido de um intenso tratamento para combater a doença e salvar a vida da garota, que mais tarde se tornaria a primeira bailarina da Associação Fernanda Bianchini, única companhia profissional de balé de cegos do mundo, localizada em São Paulo.

·        “Mesmo com as sequelas, enfim sobrevivi, contrariando tudo e a todos”, comemora.

·        Depois da cura teria início outra longa batalha para superar o trauma de não poder mais enxergar, o que só foi possível graças à descoberta da dança. Mesmo sem a visão, Geyza viu o balé com os olhos do coração e acreditou que a arte seria o caminho para a superação e transformação da sua vida.


·        Ingresso no balé

Foto: Arquivo pessoal de Geyza

O sonho de Geyza antes mesmo de perder a visão era ser bailarina e quando recebeu o diagnóstico de que não iria mais enxergar, seus pais foram orientados a procurar o Instituto de Cegos Padre Chico, uma escola especializada inclusiva, situada no Bairro Ipiranga na capital paulista. No mesmo ano, a Fernanda Bianchini iniciava um projeto de balé para deficientes visuais e a menina sonhadora do sertão pernambucano foi convidada a participar.
“Mesmo em Pernambuco meu sonho sempre foi ser bailarina, mas diante de todo o ocorrido, me sentia muito insegura e perguntei a Fernanda: Como uma pessoa que não enxergava ia fazer movimentos tão bonitos, como aqueles que eu via na televisão? A resposta dela foi: Que eu deveria acreditar em meus sonhos”, contou ao Repórter do Sertão.

Dessa forma a jovem bailarina ingressou no balé. Através da dança nos palcos conseguiu achar o seu espaço dentro da sociedade e mostrar o seu diferencial diante de tantas dificuldades enfrentadas.

“A dança foi quem realmente não deixou com que eu me transformasse numa pessoa revoltada por ter perdido a visão, foi de verdade o meu porto seguro para me fazer cada vez mais forte e feliz”, declara.

Geyza tornou-se a primeira bailarina da Companhia e a primeira professora de balé cega do mundo. O grupo faz apresentações motivacionais em empresas e teatros no Brasil e em outros países. Desde 2005 ela dá aula para deficientes e não deficientes. Até o momento se orgulha de contar com mais de 12 alunas já formadas. Além disso, também é professora no Instituto Padre Chico, onde tudo começou.

Superação
Geyza com o marido e o filho. Foto: Arquivo pessoal

 Em 2017 Geyza foi acometida por uma nova meningite, dessa vez por Pneumococo, muito diferente da primeira, mas igualmente cruel. Mesmo com a medicina evoluindo tanto, ela ainda chegou a ser desacreditada pelos médicos. Mas a guerreira nordestina conseguiu mais uma vez superar a doença com o apoio da família, dos amigos e, principalmente, na crença dos poderes divinos.

“Sou muito grata a minha família, amigos e principalmente a Deus, acredito que ele tem um grande propósito em minha vida”, agradece.

Casada há seis anos e mãe de um menino de cinco anos, ela esbanja gratidão de viver uma vida feliz e de ter conseguido superar o trauma deixado por uma perda física irreparável.

“Graças a Deus sou muito grata e feliz por tudo em minha vida, superei juntamente com minha família diversos problemas e com certeza me sinto realizada”, revelou.

Sonhos

Geyza durante visita a Itapetim sua terra natal. Foto: Arquivo pessoal

Apesar de ter vencido várias batalhas e conquistado grandes vitórias, Geyza não esconde o desejo de realizar sonhos futuros, inclusive no lugar onde nasceu. Um dos desejos da bailarina é conseguir uma oportunidade de se apresentar em Itapetim, sua terra natal.

“Gostaria de dançar em um balé chamado Lago dos Cisnes, mas independente do balé a ser dançado, gostaria muito de dançar na terra que eu nasci, para os meus parentes e amigos”, diz.

Documentário “Olhando para as Estrelas”

Geyza é uma das protagonistas do documentário “Olhando para as Estrelas” de Alexandre Peralta lançado em 2017. A participação dela no filme resume o seu dia a dia dentro e fora do balé, além de retratar diversos acontecimentos importantes em sua vida como, casamento, gravidez, nascimento do filho e retomada da vida profissional.

Participação em programas de TV e apresentações no Brasil e em outros países

O trabalho de Geyza juntamente com a Companhia Fernanda Bianchini já rendeu a participação em diversos programas de TV e apresentações em teatros brasileiros e internacionais. Por onde passa, o grupo emociona o público e mostra o poder da superação através da dança.

Programas de Televisão:

Xuxa Park – 1999; Jornal Nacional – 2003 e outros anos; Criança Esperança – 2005; Faustão – 2005, 2006 e 2015; Fantástico – 2009 e 2012; Hoje em dia – 2010; Programa do Ratinho – 2014; Conexão Repórter – 2019; Encontro com Fátima Bernardes

Apresentações importantes:

Teatro Municipal de São Paulo em 2005, 2008, 2015 e 2017;
Maracanãzinho – Rio de Janeiro – encerramento do Para Pan-Americano 2007
Palácio das Artes em BH – com a Ana Botafogo – 2009
Buenos Aires – Argentina 2011
Londres – Inglaterra – encerramento das Paraolimpíadas – 2012
Festival de Hagen – Alemanha – 2015
Los Angeles – EUA – 2016
Brave Festival – Polônia – 2016
Gala International – The Art of Elysium – Hollywood – EUA – 2017
Puerto Vallarta – México – 2018
Santiago – Chile – 2019

Fonte: reporterdosertao

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