Turnê 'Violivoz' percorre o Norte e o Nordeste do Brasil em maio e, no segundo semestre, abarca outras regiões do país com espetáculo que expõe afinidades e distinções entre as obras dos artistas.
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O
encontro de Chico e Geraldo em Violivoz –
show programado para percorrer em maio o Norte e o Nordeste do Brasil em turnê
que, no segundo semestre, abarca outras regiões do país – vai na contramão ao
promover a convergência de artistas nordestinos de diferentes gerações.
Aos
75 anos, completados em 11 de janeiro, o pernambucano Geraldo Azevedo – nascido
em Petrolina (PE) em 1945 – está em cena desde a década de 1960, como
integrante do grupo Raiz, e faz parte da caravana que migrou do Nordeste para o
eixo Rio-São Paulo, ao longo dos anos 1970, em busca de maiores oportunidades e
de mais visibilidade no universo pop nacional.
Aos
56 anos, festejados em 26 de janeiro, o paraibano Chico César – nascido na
interiorana cidade de Catolé do Rocha (PB) em 1964 – pavimenta a própria estrada
desde os anos 1980, tendo integrado grupos como Jaguaribe Carne. Mas ganhou
projeção somente em 1995 com a edição do primeiro álbum, Aos vivos, registro de show de voz & violão.
Ambos
construíram obras alicerçadas nos pilares da música nordestina fincados por
pioneiros como Luiz Gonzaga (1912 – 1989) e Jackson do Pandeiro (1919 – 1982).
Mas ambos também se diferenciaram no universo pop por terem expandido os
respectivos cancioneiros com outros ritmos e com assinaturas bem pessoais.
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Geraldo Azevedo e Chico César começam a turnê do show 'Violivoz' por Nata (RN) em 8 de maio — Foto: Marcos Hermes / Divulgação
Com obra geralmente pautada por tempos de delicadeza, Geraldo
incorporou ao cancioneiro influências de bossa nova e da latinidade entranhada
nos sons e ritmos do países de língua hispânica. Mas também sempre acertou o
passo efervescente do frevo.
Mais
arretado, Chico acrescentou a batida do rock e o balanço do reggae a repertório
autoral que evoca a prosódia dos cantadores sertanejos e que expõe afinidades
com a obra de Geraldo nas canções românticas que seduzem cantoras como Elba
Ramalho (parceira de Geraldo no projeto O grande encontro e também em show feito em
dupla com o amigo) e Maria Bethânia.
Por
terem construídos obras com tantas diferenças e tantas semelhanças, Chico César
e Geraldo Azevedo têm tudo para se afinarem no palco em encontro, cabe
ressaltar, surpreendente. Seria mais óbvio Chico se juntar com o contemporâneo
Lenine. Ou Geraldo reunir forças e vozes com Alceu Valença, com quem gravou o
primeiro álbum em 1972.
O
charme do show Violivoz vem
justamente da promoção do encontro de dois artistas que, embora dominem o
idioma musical da nação nordestina, são de gerações diferentes e carregam
influências distintas nas respectivas obras. É desde já, em tese, um grande
encontro!
G1 – Pop & Arte
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