terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Poesia: "Meu carnaval", um soneto de Lamartine Passos




MEU CARNAVAL

Mais uma vez a vida se entrelaça
Nas serpentinas vãs do carnaval.
Misto de éter, vodka e fumaça
Na convulsão de um êxtase plural.

Tantos palhaços pensam fazer graça;
Tantos corretos fogem do normal;
Tanta loucura dominando a praça;
Tantos quebrando a tranca pessoal.

A banda toca enquanto a massa canta
E, num delírio, a música atordoa
A mente atônita do folião.

E, enquanto, alegre, um clarinete encanta,
Oculto n’alma um baixo triste entoa
O som funéreo da desilusão.

Lamartine Passos

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